Luiz Sayão conta testemunho de experiência libertadora numa Congregação da Assembleia de Deus
Foi há 40 anos. Eu nunca tinha visto um culto na Assembleia de Deus. Do alto de minha juvenil prepotência todo preconceito eu guardava já que os via como gente inculta, sem teologia, legalista, etc.
Para piorar minha pobre condição, eu era aluno USP, estudava hebraico, falava inglês e aprendia alemão. Já me sentia "teólogo". Como Deus poderia lidar com a triste criatura de cabeça dura?
Por caminhos que a graça divina prepara, acabei indo parar num culto assembleiano. Tudo parecia estranho. Aquela gente simples, vestida de modo peculiar, já que ternos, saias e coques marcavam o cenário simples da igrejinha de bairro.
A serenidade daquela gente sofrida me chamou a atenção. As orações calorosas em conjunto foram uma surpresa à parte. Palavras, testemunhos e versículos completavam aquela experiência inusitada que aos poucos amansava a arrogância oculta do meu coração pecador. Foi então que o dirigente convocou a todos: vamos cantar o hino 126 da Harpa. Entre aleluias e glórias, o povo todo entoou:
"Bem-aventurado o que confia
No Senhor, como fez Abraão
Ele creu, ainda que não via
E, assim, a fé não foi em vão
É feliz quem segue, fielmente
Nos caminhos santos do Senhor
Na tribulação é paciente
Esperando no seu Salvador"
Ver aquela gente humilde adorando me quebrou por dentro. O calor do momento espiritual me aqueceu enquanto eu corava por minha arrogância ali humilhada. Descobri ali que eu não sabia de nada e que com bondade o Pai me ensinava.
Mas ao ouvir outra estrofe do hino, a cura completa irrompeu com lágrimas que banharam o rosto do menino insolente:
"Quem quiser de Deus ter a coroa
Passará por mais tribulação
Às alturas santas ninguém voa
Sem as asas da humilhação
O Senhor tem dado aos Seus queridos
Parte do Seu glorioso ser
Quem no coração for mais ferido
Mais daquela glória há de ter
Quando aqui as flores já fenecem
As do céu começam a brilhar
Quando as esperanças desvanecem
O aflito crente vai orar
Os mais belos hinos e poesias
Foram escritos em tribulação
E do céu, as lindas melodias
Se ouviram, na escuridão"
Nunca me esqueci do hino libertador. E às vezes, o menino mau volta. Aí eu canto:
"às alturas santas ninguém voa sem as asas da humilhação".
Luiz Sayão
Fonte: Instagram
Luiz Alberto Teixeira Sayão (São Paulo, 19 de abril de 1963) é um pastor batista, teólogo, linguista, tradutor bíblico e hebraísta brasileiro. É mestre em hebraico pela Universidade de São Paulo,[1] graduando-se em 2000 com a dissertação "O problema do mal no livro de Habacuque".[2] É tradutor bíblico[3] de autoridade reconhecida,[4] tendo coordenado, nessa especialidade, a comissão que traduziu para o português a Nova Versão Internacional, lançada oficialmente no Brasil a 3 de março de 2001, em cerimônia realizada em São Paulo.[5] Em 2004 a revista evangélica Eclésia descrevia-o como "um dos maiores especialistas brasileiros em Bíblia Sagrada".[6]
Simplesmente assim!
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