Arma é a mesma com a qual o líder norte-coreano, Kim Jong Un, ameaçou atingir o território americano de Guam.
Pyongyang confirmou nesta segunda-feira (31) que testou um míssil balístico de alcance intermediário (IRBM, na sigla em inglês) Hwasong-12, conforme a mídia estatal.
Em sua potência máxima, o míssil é capaz de viajar milhares de quilômetros, colocando áreas como o território americano de Guam ao seu alcance. Esse foi o sétimo teste realizado pela Coreia do Norte, só no mês de janeiro.
Em cinco anos, essa é a primeira vez que um míssil com capacidade nuclear desse tamanho foi lançado. Enquanto isso, as autoridades norte-americanas, sul-coreanas e japonesas alertaram que o lançamento de domingo pode levar à retomada dos testes de armas de longo alcance e bombas nucleares.
Ameaça à segurança regional
O que a Coreia do Norte diz? Conforme a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA, o país alega que “o teste de disparo de inspeção foi realizado com o objetivo de inspecionar seletivamente o míssil balístico de longo alcance Hwasong-12 de médio alcance”.
Além disso, a liderança norte-coreana diz que “está verificando a precisão geral deste sistema de armas, que pode carregar uma “ogiva nuclear pesada de grande porte”.
A KCNA defende que o lançamento do míssil foi realizado de forma a “garantir a segurança dos países vizinhos” e que a ogiva de teste foi equipada com uma câmera que tirou fotos enquanto estava no espaço.
As fotos divulgadas pela mídia estatal mostraram imagens espaciais da Coreia do Norte e áreas vizinhas através de uma lente de câmera redonda. A Coreia do Norte tirou essas fotos pela primeira vez em 2017, disseram analistas.
Vale lembrar que a Coreia do Norte já havia afirmado que iria reiniciar essas atividades de teste porque os Estados Unidos e seus aliados não mostraram sinais de abandonar suas “políticas hostis”.
Coreia do Norte costuma exibir suas armas nucleares em desfiles para o povo. Dia da Vitória da Coreia do Norte, em 2013
(Foto: Wikimedia Commons)
Resposta dos Estados Unidos
“Eles estão procurando tomar ações, que acreditamos serem fundamentalmente desestabilizadoras, como forma de aumentar a pressão”, disse um alto funcionário dos EUA em entrevista a jornalistas em Washington.
“Acho que provavelmente há um componente que também serve para validar os sistemas que eles desenvolveram e refiná-los ainda mais”, continuou.
O Hwasong-12 tem um alcance estimado de 4.500 quilômetros, o que colocaria o território norte-americano de Guam e o extremo oeste da cadeia das Ilhas Aleutas do Alasca ao alcance, de acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), com sede em Washington.
Em comparação, o maior e mais poderoso míssil que a Coreia do Norte testou até hoje é o Hwasong-15 ICBM, com um alcance estimado de 8.500 a 13.000 km, que pode ameaçar qualquer lugar nos Estados Unidos, disse o CSIS. O Hwasong-15 foi testado uma única vez, em novembro de 2017.
“Não é apenas o que eles fizeram ontem, é o fato de que isso está ocorrendo após um número bastante significativo de testes neste mês [janeiro], disse ainda o alto funcionário americano, fazendo um apelo para Pyongyang participar de negociações diretas sem pré-condições.
‘O mundo está distraído’
Analistas especializados na Coreia do Norte disseram que os testes parecem ter como objetivo garantir a aceitação global de seus programas de armas, seja por meio de concessões ou simplesmente conquistando a “aprovação já cansada” de um mundo distraído.
“A distração do mundo em outras questões realmente parece estar funcionando em benefício da Coreia do Norte agora”, afirmou Markus Garlauskas, membro sênior do think tank Atlantic Council e ex-autoridade de inteligência nacional dos EUA para a Coreia do Norte.
O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse que a recente enxurrada de testes de mísseis norte-coreanos lembra o aumento das tensões em 2017, quando a Coreia do Norte realizou vários testes nucleares, lançou seus maiores mísseis e atraiu ameaças de “fogo e fúria” dos Estados Unidos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) proíbe a Coreia do Norte de realizar testes de armas balísticas e nucleares — e impõe sanções severas. Mas o país desafia regularmente a proibição.
Fonte: Guiame
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Point Rhema