A cantora Laura Souguellis se abriu sobre o motivo pelo qual deixou a indústria da música gospel no Brasil e lamentou a influência da “cultura do entretenimento” nas igrejas, em uma reflexão publicada no Instagram na semana passada.
“Dia e noite sou consumida por um profundo senso de insatisfação, ou posso até dizer, desespero. Trocamos as coisas essenciais pelas fúteis. Trocamos o temor de Deus por elogios. Trocamos devoção verdadeira pelo sucesso. Trocamos amor e honra por bajulação. Trocamos intimidade por aplausos. Trocamos princípios por vaidades. Trocamos a essência pela glória dos palcos”, disse Laura na terça-feira (19).
O texto foi publicado com uma foto de Laura no palco, ministrando louvor no Instituto Cristo para as Nações (CFNI), em Dallas (EUA), onde é líder de adoração. Ela lembra que todas as vezes que está na plataforma, seu coração é testado diante da multidão.
“O que querem de mim? Um ‘show’ ou um ‘culto’? Entretenimento ou encontro? Fuga ou confronto? Há uma pressão no ar, resistências invisíveis difíceis de permear. Todos os olhos e expectativas deviam estar nEle, mas sinto a distração que ronda os corações. É uma névoa que nos embaça a visão. Tratamos a Sua presença como qualquer outro entretenimento e os nossos irmãos em Cristo como ídolos. Tudo às avessas.”
Laura acrescenta: “A cultura do entretenimento diz: seja talentoso, seja cativante, seja impressionante, seja bonito, seja rico — para que todos queiram ser você. Mais sucesso, mais números, mais fotos com photoshop, mais luzes, mais fumaça, mais parafernália no altar — para fazer a máquina girar.”
“Mas os adereços não impressionam Jesus. A unção não se manipula, a mover de Deus não se fabrica. Até quando tentaremos confeccionar ‘poder’ com métodos humanos? Não existe atalho. Deus unge a pureza de coração. Deus se manifesta na nossa transparência”, completa.
Não é desabafo, sim um clamor
A cantora lembra ainda que muitos preferem uma “bela performance” a ser vulnerável. “Não é à toa que agradar homens significa desagradar a Jesus. Neste século, me pesa o coração ver quantos de nós fazemos escolhas inferiores. Ai de nós. Eu inclusa”, lamenta.
Com a repercussão de seu texto, Laura disse na sexta-feira (22) que suas declarações não são simplesmente um desabafo pessoal, mas sim um “clamor” e uma “intercessão”.
“O que queria enfatizar é que o quadro ao que me refiro vai muito além da minha experiência pessoal. Estou falando de algo maior, de um ZELO pela condição GERAL de todos nós. Sinto que existe muito a ser reparado, reformado e resetado na nossa expressão de Igreja”, observa.
“Quando normalizamos a mentalidade de entretenimento na Igreja, nós é quem estamos perdendo. Nós é que sofremos dormentes e alienados. Nós é quem estamos sendo extorquidos pelo inimigo, aprisionados no vício pelo conforto. Ao vivermos um meio-Evangelho, nós é quem estamos ficando de fora do design original de Deus para sua Igreja e o seu povo. Por consequência, ficamos rasos espiritualmente, deprimidos, oprimidos. Com males da alma, mente e espírito. Nós é quem reduzimos a participação de Deus nos nossos cultos, igrejas e vidas. E depois lamentamos estarmos vazios e perdidos”, acrescenta a cantora.
Fonte: Guiame
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Point Rhema