“Estão matando, espancando mulheres e crianças”.
Seis aviões fretados que buscam resgatar pelo menos 1.000 pessoas — incluindo mais de 100 americanos — do Afeganistão foram paralisados pelo Talibã em meio a negociações com o Departamento de Estado dos Estados Unidos.
De acordo com a revista Newsweek, os futuros passageiros ainda não embarcaram na cidade de Mazar-i-Sharif, nos aviões que foram fretados pela Mercury One, uma instituição de caridade fundada pelo conservador cristão Glenn Beck, que também é fundador da Nazarene Fund.
Três outros voos de evacuação — dois em um avião fretado pela organização internacional de desenvolvimento Sayara e um pela Goldbelt, Inc., uma corporação nativa do Alasca — também foram paralisados pelo Talibã e estão aguardando liberação.
De acordo com um funcionário sênior de uma ONG, Sayara deve transportar 700 passageiros, pelo menos 19 deles são americanos.
Missão de resgate financiada por grupos cristãos
Dois oficiais de uma ONG que está ajudando na evacuação dessas pessoas que pretendem deixar o Afeganistão, disseram que o Talibã suspendeu os voos em meio a um colapso nas negociações com o Departamento de Estado. Um deles acredita que os terroristas podem estar tentando “negociar” algum valor em dinheiro em troca de liberação para decolagem.
Vale lembrar que a operação de resgate está sendo financiada inteiramente com dinheiro privado. A Mercury One fretou seis aviões — dois Airbus 340 e quatro Boeing 737 — da Kam Air, a maior companhia aérea privada afegã. Há informações de que, até agora, a Mercury One já tenha dispensado 750 mil dólares por voo.
Conforme informado anteriormente pelo Guiame, a instituição cristã já arrecadou mais de 28 milhões de dólares para ajudar a evacuar os cristãos e outras minorias religiosas vulneráveis do Afeganistão.
Dentro do planejamento, há oito voos de evacuação para o estado do Golfo. Os outros três voos com Sayara e Goldbelt também foram fretados da Kam Air, mas seu destino pretendido ainda não está claro.
Sobre as negociações entre Talibã e EUA
As negociações entre o Talibã e o Departamento de Estado estão travadas há alguns dias. Enquanto isso, os desabrigados permanecem escondidos e os aviões estão vazios.
Relatórios anteriores indicaram que havia centenas de afegãos a bordo dos voos, muitos dos quais não tinham vistos ou passaportes. O representante Michael McCaul descreveu o incidente como uma “situação de reféns”.
O chefe de gabinete da Casa Branca, Ron Klain, disse à CNN no domingo que “cerca de 100” cidadãos americanos ainda estavam no Afeganistão. O deputado americano Michael McCaul, disse à Fox News no domingo que os voos estão sendo retidos porque o Talibã quer que os EUA os reconheçam como governo legítimo do Afeganistão.
Talibã acelera seu reinado de terror
De acordo com a CBN News, enquanto acontecem as negociações, o Talibã está acelerando seu reinado de terror no Afeganistão, “matando e atacando mulheres e até batendo em crianças”.
Uma mulher que escapou no último minuto com seus filhos foi abordada pela CBN e disse que os talibãs estão ainda mais ousados. “Eles estavam matando, batendo em mulheres e crianças diante dos meus olhos”, revelou.
“Eu vi o mesmo Talibã de 20 anos atrás. Eles não mudaram. Desta vez, estão mais ousados, eles são mais experientes para encontrar as pessoas”, disse a mulher que preservou sua identidade por medo de retaliação.
“É muito difícil acordar e perceber que perdemos tudo o que conquistamos em 20 anos. E não conquistamos facilmente, pagamos um alto preço, pagamos com nossas vidas”, concluiu.
Fonte: Guiame
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Point Rhema