A Comissão para Matrimônio e Família da Conferência Episcopal Alemã chegou a um consenso de que a homossexualidade é uma "forma normal de predisposição sexual".
Dois prelados alemães também alegaram que o documento Amoris Laetitia ensina que os relacionamentos sexuais formados após o divórcio não são gravemente pecaminosos nem impedem a recepção da Comunhão.
No último dia 5 de dezembro, a Conferência Episcopal Alemã publicou um comunicado à imprensa detalhando os resultados de uma "reunião especializada sobre o tema 'A sexualidade do homem: como discuti-la científica e teologicamente e como fazer uma avaliação eclesiástica?'"
A reunião, que contou com a presença de bispos, sexólogos, teólogos da moral, teólogos dogmáticos e advogados canônicos, ocorreu em Berlim e foi concluída em 4 de dezembro. O momento do evento coincidiu com o início da jornada dos bispos alemães em seu próprio "caminho sinodal."
De acordo com o comunicado de imprensa, os especialistas concordaram que "a sexualidade humana abrange uma dimensão de luxúria, de procriação e de relacionamentos".
Eles também concordaram que a homossexualidade é tão "normal" quanto a heterossexualidade e que nenhuma atração sexual deveria ser mudada.
Também houve acordo de que a preferência sexual do homem se expressa na puberdade e assume uma orientação hetero ou homossexual. Ambos pertencem às formas normais de predisposição sexual, que não podem ou devem ser alteradas com a ajuda de uma socialização específica", afirmou o comunicado de imprensa.
O comunicado ofereceu esse status de normalidade como a razão pela qual "qualquer forma de discriminação de pessoas com orientação homossexual deve ser rejeitada”, um ensinamento que diz ter sido exigido por "bastante tempo" pelo magistério da Igreja e foi "explicitamente enfatizado pelo Papa Francisco" em Amoris Laetitia.
No entanto, a conversa teve seus limites. Não houve consenso sobre "se a proibição magistral da prática homossexual ainda está em voga". Os especialistas também discordaram sobre se as pessoas, casadas ou não, devem ter permissão para usar contraceptivos artificiais.
O comunicado de imprensa dos bispos alemães mencionou em particular o arcebispo Heiner Koch, de Berlim, chefe da Comissão para a Família, e o bispo Franz-Joseph Bode, de Osnabrück. Ambos estavam presentes no Sínodo da Família em Roma em 2015. Segundo a declaração, os dois enfatizaram "a importância de uma sólida discussão baseada nas ciências humanas e na teologia e destacaram os desenvolvimentos que já podem ser encontrados na Amoris Laetitia".
Como exemplo de um "desenvolvimento" em Amoris Laetitia, os bispos alemães afirmam que o documento diz que "um relacionamento sexual após um divórcio e um novo casamento não é mais, em geral, considerado um pecado grave e, por consequência, uma exclusão generalizada da recepção da Eucaristia não está prevista."
Os outros prelados alemães presentes eram o bispo Wolfgang Ipolt, de Görlitz, o bispo Peter Kohlgraf, de Mainz, e vários bispos auxiliares da Comissão para a Família.
O Catecismo da Igreja Católica de 1992 afirma claramente que os atos homossexuais são "intrinsecamente desordenados" e "contrários à lei natural" (CIC n. 2357).
"Eles fecham o ato sexual ao dom da vida", continua. "Eles não procedem de uma verdadeira complementaridade afetiva sexual."
"Eles não podem, em caso algum, ser aprovados."
No entanto, o Catecismo realmente enfatiza que o sofrimento de pessoas com atração pelo mesmo sexo não deve ser aumentado por um tratamento grosseiro:
Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição. (CIC n. 2358)
O Catecismo também enfatiza que "as pessoas homossexuais são chamadas à castidade" e podem "aproximar-se da perfeição cristã" através do autodomínio, da amizade, da oração e da graça sacramental (CIC n. 2359).
No entanto, há uma rebelião generalizada na Igreja Católica na Alemanha contra a doutrina perene da Igreja em questões sexuais, inclusive entre os membros da Conferência Episcopal Alemã. A insistência da Conferência Episcopal Alemã em manter seu próprio sínodo, ou "caminho sinodal", sem a permissão do Vaticano, preocupa os católicos alemães mais tradicionais.
O cardeal Walter Brandmüller, presidente emérito do Pontifício Comitê de Ciências Históricas, advertiu que seguir esse caminho – um que questiona os ensinamentos da Igreja sobre o celibato, sacerdócio masculino, homossexualidade e casamento – poderia levar a uma "igreja nacional" sem "quase nenhum vínculo com Roma".
O cardeal, um dos autores das dúbia, afirmou que este seria "certamente o caminho mais seguro para o declínio final" da Igreja alemã.
Via LifeSiteNews.
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema