A FIDELIDADE DE DEUS por Pr. Adaylton de Almeida Conceição
“Sei estar abatido e sei também ter
abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou ins-truído, tanto a
ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.12,13).
Os Sofrimentos de Paulo por amor a Jesus
Foi dito
ao apóstolo Paulo que ele iria sofrer muito por amor a Jesus. O Senhor o usou
de modo extraordinário como instrumento muito útil, Paulo sofreu muito por amor
ao evangelho e por amor a Jesus; foi açoitado, preso, apedrejado, injuriado,
contudo, continuou fiel ao Senhor, sempre fazendo a obra que o Senhor lhe tinha
confiado, admoestando com lágrimas muitas vezes, sempre com amor, dedicação e
fidelidade ao Senhor, o qual ele tanto amava.
Ele
estudava constantemente a Palavra e era guiado pelo Espírito, e andava em
Espírito, era perseguido entre gentios, nas cidades onde ele passava no
deserto, no mar, também perseguido entre falsos irmãos. Onde ele passava muitos
se convertiam, Igrejas eram abertas e Deus operava muitas maravilhas.
Perseguido, ultrajado, difamado, controvertido, mas até os seus lenços curavam
os enfermos.
AS
AFLIÇÕES DA VIDA:
As pessoas
podem perder o que têm, tal como aconteceu com Jó (Jó. 1.11-19), os próprios
entes queridos (I Sm. 18.14), e a honra (Jó. 15.35). A doença é considerada uma
das principais aflições na vida do crente (Pv. 18.14). A violência, desde a
antiguidade, perturba o ser humano (Sl. 94.3-7; Is. 1.15-17). Atrelada a essa
está a cultura do medo, que provoca pavor e pânico nas pessoas (Jó. 4.13,14).
Em uma sociedade que privilegia o sucesso, as pessoas também têm medo do
fracasso (Sl. 31.17; Is. 37.27). Diante das aflições o crente reage de formas
diversas, alguns deles tentam fugir (I Rs. 19.3), gemem e choram (Sl. 79.11;
Ez. 21.11). Como princípio, diante da aflição, o cristão tem em Jesus o exemplo
maior (Is. 53). Mas as aflições dos antigos também inspira a fé dos cristãos
(Mt. 5.12; At. 7.53; Hb. 11.35-38; Tg. 5.10). As aflições de um cristão têm
caráter comunitário, pelo menos deveriam ter, se um sofre, todos deveriam
sofrer juntos (I Co. 12.26).
O
apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos, diz: “Porque estou certo de que, nem a
morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o
presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra
criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso
Senhor”(Rm 8:38,39). A convicção firme e inabalável de Paulo é que nem a crise
da morte, nem as desgraças da vida, nem poderes sobre-humanos, sejam eles bons
ou maus(anjos, principados, potestades), nem o tempo(presente ou futuro), nem o
espaço (alto ou profundo), nem criatura alguma, por mais que tente fazê-lo,
poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
Temos vida plena como a de Paulo nos momentos de aflições?
VIVENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA
Depois de
Jesus, uma das pessoas que mais experimentou aflições por amor a Cristo foi o
apóstolo Paulo. Ouça-o: "...eu ainda
mais: em trabalhos, muito mais; em
açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte,
muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um; três
vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri
naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens, muitas vezes; em
perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em
perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no
mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias,
muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez. Além das
coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas” (2Co
11:23-28). Durante toda a sua dor e o seu sofrimento, Paulo podia dizer em
triunfo: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente
não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm8:18).
A SALVAÇÃO OPERA O
CONTENTAMENTO E A ALEGRIA (2.17,18)
O
apóstolo Paulo reporta-se ao Antigo Testamento para mostrar aos filipenses
como, a fim de servi-los, ele entregou sua vida: "ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da
vossa fé” (v.17). O apóstolo está ciente das privações que impôs a si mesmo
para edificar o Corpo de Cristo em Filipos. Ele, porém, se regozija e alegra-se
pelo privilégio de servir aos filipenses. Em outras palavras, a essa altura, o
sacrifício e os desgastes do apóstolo são superados pela alegria de contemplar,
naquela comunidade, o fruto da sua vocação dada por Cristo Jesus: a salvação
operada em sua vida também operou na dos filipenses.
A alegria do povo de Deus.
O apóstolo estimula os filipenses a celebrarem juntamente
com ele esta tão grande salvação (Hb 2.3). O apelo de Paulo é contagiante:
“regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto mesmo” (v.18). A alegria de Paulo
é proveniente do fato de que uma vez que Jesus nos salvou mediante o seu
sacrifício no Calvário, agora o Mestre nos chama para testemunharmos a verdade
desta mesma salvação operada em nós (v.13). Portanto, alegremo-nos e
regozijemo-nos nisto.
A PREOCUPAÇÃO DE PAULO COM A IGREJA
Paulo, um
líder comprometido com o pastorado. O versículo do texto áureo revela o coração
amoroso de Paulo que, apesar de encarcerado, ansiava por notícias dos irmãos na
fé. O apóstolo temia que a igreja filipense ficasse exposta aos “lobos
devoradores” que se aproveitam da vulnerabilidade e da fragilidade das
“ovelhas” a fim de “devorá-las” (Mt 10.16; At 20.29). Paulo se preocupava com a
segurança espiritual do rebanho de Filipos e esforçava-se ao máximo para
atendê-lo.
O
apóstolo apresenta dois obreiros especiais para auxiliar a igreja de Filipos.
Primeiramente, Paulo envia Timóteo, dando testemunho de que ele era um obreiro
qualificado para ouvir e atender às necessidades espirituais da igreja. Em
seguida, o apóstolo valoriza um obreiro da própria igreja filipense,
Epafrodito. Este gozava de total confiança de Paulo, pois preservava a pureza
do Evangelho recebido. O apóstolo Paulo ainda destaca a integridade desses dois
servos de Deus contra a avareza dos falsos obreiros (v.21). Estes são líderes
que não zelam pela causa de Cristo, mas se dedicam apenas aos seus próprios
interesses.
Paulo, um líder que amava a igreja.
Ao longo
de toda a Carta aos Filipenses, percebemos que a relação do apóstolo Paulo para
com esta igreja era estabelecida em amor. Não era uma relação comercial, pois o
apóstolo não tratava a igreja como um negócio. Ele não era um gerente e muito
menos um patrão. A melhor figura a que Paulo pode ser comparado em seu
comportamento em relação à igreja é a de um pai que ama os seus filhos gerados
na fé de Cristo. Todas as palavras do apóstolo — admoestações, exortações e
deprecações — demonstram um profundo amor para com a igreja de Filipos.
EPAFRODITO, O AMOROSO
"Achei necessário enviar-vos Epafrodito, meu
irmão e cooperador, companheiro de lutas, a quem enviastes para me socorrer nas
minhas necessidades; porque ele sentia sal-dades de todos vós e estava
angustiado por saberdes que ele havia adoecido.” (Filipenses 2.25,26).
Epafrodito, cujo nome significa “amoroso”, era um dos
líderes da igreja de Filipos. Há quem diga que era um de seus pastores. Foi enviado
a Roma ao encontro do apóstolo Paulo, para levar a este uma ajuda financeira
dos filipenses, bem como para permanecer como seu companheiro, cuidando de suas
necessidades, em nome daquela igreja. É
isso que se depreende do texto acima e do capítulo 4, onde Paulo o menciona
novamente, e onde ficamos sabendo que a igreja de Filipos já ajudara o apóstolo
em outras oportunidades.
O percurso de Filipos a Roma era longo, podendo levar
semanas. Pela maneira como Paulo se expressa nos versículos 19 a 30, conclui-se
que Epafrodito adoeceu não muito tempo depois de chegar a Roma. Paulo nos
informa que a doença o levou à beira da morte, e que a notícia dessa
enfermidade chegou a Filipos e deixou os irmãos dali muito preocupados.
Entretanto, enquanto Epafrodito permanecia em Roma ministrando a Paulo,
veio-lhe a informação de que os irmãos souberam do que lhe ocorrera, e agora
ele foi quem se preocupou com os filipenses.
Paulo e os judaizantes
A
verdadeira circuncisão (3:2-3). Alguns chegaram a filipos ensinando coisas que
não faziam parte do evangelho de Cristo. Falaram que os irmãos precisavam se
circuncidarem e cumprirem a Lei de Moisés. Paulo explica que a circuncisão
verdadeira é do espírito, e não da carne (veja Colossenses 2:11-14). É Cristo
quem circuncida nosso coração e espírito quando, pela fé obediente, somos batizados
nele. A falsa circuncisão tem ligação com Abraão apenas pela descendência
física, mas a verdadeira circuncisão são aqueles que têm a fé de Abraão (veja
Gálatas 3:7-14,26-29).
Considerando
tudo como perda (3:4-11). Paulo mostra a futilidade de confiar na carne, usando
o exemplo da própria vida dele. Se alguém poderia ter confiado na carne, seria
Paulo. As coisas que ele conseguiu fazer, como judeu, eram notáveis. Mas, para
Paulo, nada disso importava. Ele não somente considerava todas essas coisas perda,
mas até as chamou de refugo. Até as maiores coisas que um homem pode conseguir
aqui nessa vida não são nada quando comparadas com "a sublimidade do
conhecimento de Cristo Jesus" (v. 8).
EXORTAÇÃO À ALEGRIA E FIRMEZA DA FÉ (4.1-3)
Crise da falta de firmeza
espiritual.
A alegria de Paulo. O primeiro versículo do capítulo 4 de Filipenses
inicia-se com um “portanto”, justamente por ser continuação do capítulo 3,
quando o apóstolo tratara do perigo dos “inimigos da cruz”. Aqui, Paulo diz que
os crentes de Filipos são a sua “alegria e coroa” e aconselha-os a continuarem
firmes no Senhor (v.1). A permanência dos filipenses em Cristo bastava para
encher o coração do apóstolo de alegria. Por isso, ele manifestou o seu orgulho
e os mais íntimos sentimentos de amor e carinho para com os irmãos de Filipos.
Crise da desarmonia.
A alegria
nas relações fraternas. Nem tudo, porém, era maravilhoso e perfeito na igreja
de Filipos. Ali, estava ocorrendo um grande problema de relacionamento entre
duas importantes mulheres que cooperaram na implantação da igreja filipense:
Evódia e Síntique (v.2). Esse problema estava perturbando a comunhão da igreja
e expondo a saúde espiritual do rebanho.
A fim de
resolver a questão, Paulo se dirige a um obreiro local (Timóteo ou Tito, não
sabemos) que, com Clemente e os demais cooperadores, procuraria despertar e
restabelecer o relacionamento harmônico e fraterno entre Evódia e Síntique.
Como verdadeiro pastor, o apóstolo tratou as duas mulheres com o devido cuidado
e respeito, pois as tinha em grande estima pelo fato de ambas terem contribuído
muito para o seu apostolado.
A alegria
de ter os nomes escritos no Livro da Vida. O versículo 3 demonstra algo muito
precioso para o cristão: a alegria de ter o nome escrito no livro da vida.
Paulo menciona tal certeza, objetivando reafirmar a felicidade e a glória de se
pertencer exclusivamente ao Reino de Deus.
TRIBULAÇÕES
E PESO DE GLÓRIA
Vencendo as crises.
"Em tudo somos atribulados, mas não
angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados;
abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação
do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também
nos nossos corpos." (II Co 4:8)
Nesse
momento existem milhares de pessoas ao redor do mundo passando por sofrimentos
e lutas inimagináveis. Muitas vezes não entendemos por que certas coisas
acontecem, por quê temos que enfrentar certas tribulações. Muitas pessoas ficam
perplexas ao ler o Livro de Jó, porque ele, sendo um homem temente ao Senhor,
fiel, bom, justo, íntegro, teve que passar por uma grande luta. E realmente,
muitas vezes ficamos sem entender o porquê de tantas coisas que acontecem na
nossa vida. Mas ao ler a palavra de Deus podemos ter uma certeza, a de que
muitas vezes ficamos aflitos, mas não somos destruídos; algumas vezes ficamos
em dúvida, mas nunca ficamos desesperados; às vezes ficamos gravemente feridos,
mas não somos destruídos (II Co 4:8). Passamos por sofrimentos sim, mas o Pai é
quem nos sustenta, ainda que às vezes não venhamos a senti-lo por perto, Ele
está lá, Ele é aquele que faz com que tudo coopere para o nosso bem (Rm 8:28).
Fomos chamados por Deus, para carregar uma cruz e fazer parte de uma guerra,
mas o nosso exército já é mais que vencedor, porque a batalha decisiva Ele já
venceu por nós. Ainda que venhamos a ter que enfrentar adversidades, não
estamos desamparados, nem sozinhos, nosso sofrimento leve e momentâneo não se
compara ao peso de glória que em nós está sendo gerado. Quando o apóstolo Paulo
escreveu o versículo 17 de II Co 4, ele estava sendo perseguido por causa da
pregação do evangelho, podendo ser morto a qualquer instante, sofrendo por amor
a obra de Deus. Mas ele afirmou que aquela "pequena" e passageira
aflição estava produzindo uma glória enorme e eterna, muito maior do que
aquelas lutas que ele estava enfrentando. O alvo de Paulo era alcançar aquilo
que era eterno e invisível, nada poderia tirar o seu enfoque ("Não
atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se
vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. II Co 4:18). Deus permite
que passemos por tribulações para que o nosso caráter venha a ser moldado por
Ele.
CONCLUSÃO
As
grandes lições da vida nós as aprendemos no vale da dor. O sofrimento é não
apenas o caminho da glória, mas também o caminho da maturidade. O rei Davi
afirmou: “Foi-me bom ter passado pela aflição, para que aprendesse os teus
decretos” (Sl 119:71). O patriarca Jó disse que antes do sofrimento conhecia a
Deus só de ouvir falar, mas por meio do sofrimento seus olhos puderam
contemplar o Senhor (Jó 42:5).
Em nossa
jornada rumo à Formosa Jerusalém, jamais haverá ausência de conflitos. Portanto,
devemos saber conviver com eles, sabendo que Jesus está conosco no barco, o que
significa que jamais seremos abandonados. Qualquer tempestade, não importando a
sua origem ou a sua magnitude, não pode resistir ao poder e à autoridade do
Filho do Deus vivo que criou todas as coisas e as tem sob o seu controle. Você
precisa estar cônscio dessa realidade. Deve ter convicção de que serve a um
Senhor bom, maravilhoso, que o ama, que é todo-poderoso e que detém o controle
de tudo. Ele prometeu estar conosco sempre, até a consumação dos séculos; por
toda a eternidade, e é fiel para cumprir isto. Lembre-se, todas as coisas
contribuem para o bem de quem ama a Deus (Rm 8:28).//
Pr. Adaylton Conceição de Almeida
(Th.B.;Th.M.;Th.D.)
Assembleia de Deus Ministério do Belém em Santos - São Paulo.
Email: adayl.alm@hotmail.com
Facebook: adayl manancial
BIBLIOGRAFIA
- Francisco A Barbosa - Vida plena as aflições
- Mauricioberwald - Carta aos Filipenses
- Sylvio Macri – Epafrodito, o amoroso
- Carl Ballard - O Livro de Filipenses
- Silvio Dutra - Prazer Nas Aflições
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema