UM ALERTA AOS LÍDERES RELIGIOSOS ENVOLVIDOS COM A POLÍTICA

Publicado originalmente em 2009.

"Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente." 2º Timóteo 2: 4-5.

Não quero aqui, fazer menção generalizada, sobre a participação ou não de cristãos na vida pública, mas quero me ater mais exclusivamente, àqueles que findam por administrar a função eclesiástica com a política secular.

Entendo ainda que, nada pode ser generalizado ou considerado como regra geral, no entanto, acredito que para que se faça isso com isenção, separação e manutenção de uma vida consagrada a Deus, e acima de tudo com pleno êxito, é necessário que se tenha um chamado específico, e isso não é coisa para qualquer um. São poucos os que são dotados dessa essa virtude.

O caso do ex bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Carlos Rodrigues, ex coordenador político daquela denominação, reflete bem essa situação:

Veja as suas declarações:

"Perdi a pureza de coração. Era um homem muito diferente, crédulo total. Levei 15 anos sem ouvir um palavrão. A política mostra a crueza do que é o ser humano. Não há honradez, palavra, honestidade. Perdi minha vida, o que tinha de mais importante: minha santidade, a vida pura, limpa. Perdi a alegria" (Rodrigues, ex-bispo da Igreja Universal. Fonte: Folha Online)

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Fortes palavras que demonstram tristeza e arrependimento, um verdadeiro alerta àqueles que já estão ou desejam se dedicar à essa área.

Não basta querer ou achar bonito, é necessário ter a convicção que se tem uma vocação aprovada por Deus para essa explosiva combinação.

Em outro trecho da entrevista que concedeu à Folha Online disse:

"Não sou mais bispo, nem deputado. Tenho de recomeçar a vida, esquecer tudo o que fui, ser um novo homem, só que cheio de problemas do passado."

E ainda:

"Poder é ser bispo! O resto é lixo!", diz, e solta uma gargalhada nervosa. "É porcaria!"

E ainda mais:

"Não sou mais bispo. Eu era general, hoje sou cabo raso."

Rodrigues não transfere culpas nem responsabilidades, mas admite o fracasso e a tragédia em sua missão. Admite ainda que o mais importante em sua vida era a carreira ministerial, afinal o que realmente lhe dava alegria, se perdeu no emaranhado do que era menos importante. Acredito que, se Rodrigues pelo menos imaginasse que isso aconteceria, jamais teria entrado por esse caminho.

Muitos são os casos citados de homens de Deus, os quais brilhantemente atuaram na vida pública da nação, como por exemplo: José, Daniel e outros mais, no entanto, todos eles tiveram a firmeza suficiente para se manterem fiéis a Deus, à sua Palavra e não negarem o seu nome. Isso demonstra que realmente tinham uma vocação divina para tal atuação.

Dificilmente se nega o nome do Senhor com palavras, mas infelizmente com atitudes.

À Igreja de Filadélfia disse o Senhor:

"Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome." Apocalipse 3:8

É preciso muita decisão e dependência total do Espírito Santo, para que em meio a tamanho lamaçal de pecado e corrupção, o servo de Deus possa se manter fiel à sua Palavra e ainda corroborar o testemunho público de não negar o seu nome, assim como fizeram Sadraque, Mesaque e Abdenego, os quais sob a ameaça do rei e, às portas da fornalha aquecida sete vezes mais, decidiram permanecer em pé, contra tudo e contra todos, e não adoraram a estátua erguida.

Que Deus tenha misericórdia do ex-deputado federal Carlos Rodrigues e de todos nós que temos um chamado para o ministério. Que tenhamos discernimento espiritual para avaliarmos nossa real vocação, de tal maneira que não comprometamos o sagrado e o santo, pelos envolvimentos com o que é secular e em muitas situações até mesmo profano.

Com tremor e no temor do Senhor.

Vosso conservo em Cristo,

Pr. Carlos Roberto Silva

Soli Deo Glória