A data leva a Igreja a refletir sobre a história da liberdade religiosa no país.
Foi no dia 10 de março de 1557 que aconteceu o “primeiro culto evangélico no Brasil” pelos cristãos protestantes, na ilha de Serigipe — que depois foi chamada de Villegaignon — no interior da Baía de Guanabara, Rio de Janeiro.
O evento foi organizado por grupos huguenotes franceses que se reuniram em adoração assim que chegaram ao país.
O pastor Pierre Richier, pregador na ocasião, usou Salmos 27.4 em seu sermão: “Uma coisa pedi ao Senhor, é o que procuro: que eu possa viver na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a bondade do Senhor e buscar sua orientação no seu templo”.
No domingo do dia 21 de março, do mesmo ano, a primeira “Santa Ceia” também foi realizada, na Igreja Evangélica das Américas. O vice-almirante Villegaignon foi o primeiro a participar do momento ao estilo genebrino.
Por sua importância, a data também passou a ser comemorada como o Dia do Missionário Evangélico.
Primeiros mártires da atualidade
Junto do pastor Pierre Bourdon, na segunda expedição dos franceses, também vieram ao Brasil Jean de Bourdel e Mathieu Verneuil. Estes foram os três primeiros mártires da fé evangélica no Novo Mundo.
Eles foram executados em 9 de fevereiro de 1558, numa sexta-feira, por ordem do próprio Villegaignon. Dez anos após a realização do primeiro culto na Guanabara, outro huguenote também pagou com a vida, pelo “crime” de pregar o Evangelho.
No dia 20 de janeiro de 1567, quando se lançavam os fundamentos da cidade do Rio de Janeiro, Jacques le Balleur foi enforcado, por ordem de Mem de Sá, e com a assistência do padre José de Anchieta. Jacques le Balleur chegou à Guanabara na primeira expedição dos franceses.
Por que cristãos foram mortos no Brasil?
De acordo com a Portas Abertas havia um tipo de perseguição peculiar naquela época — o protecionismo denominacional — que ocorre quando uma denominação se sente ameaçada.
No caso, a Igreja Católica que já havia se estabelecido no Brasil através dos jesuítas, em 1549. Por querer ser a “única expressão do cristianismo” na nação, passou a perseguir o cristãos de outras denominações que chegavam através das expedições.
“As ações nesse caso podem envolver uma pressão sutil, com ofensas e pressão psicológica, ou, em alguns casos, com violência aberta", explica a organização que classifica o protecionismo denominacional como um tipo secundário de perseguição.
Sobre a liberdade religiosa
Embora, nos dias atuais, os cristãos brasileiros possam afirmar sua liberdade religiosa, podendo realizar cultos e garantir o direito de ter sua denominação respeitada, já existem alguns sinais de que “a liberdade pode não ser tão plena assim”.
Sabe-se que na América Latina 1 a cada 15 cristãos já é perseguido por sua fé. Essa perseguição tem se espalhado na região nos últimos anos. Nicarágua, Cuba, México e Colômbia fazem parte da Lista Mundial da Perseguição.
Embora a perseguição religiosa na América Latina seja mais comum em lugares onde há crime organizado e a Igreja acaba se tornando um obstáculo para os criminosos, vale lembrar que países com regimes autoritários também abrem espaço para a perseguição aos cristãos, principalmente os evangélicos.
Fonte: Guiame
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema