Ao menos 28 parlamentares que usaram identificações evangélicas nas urnas foram eleitos
A Câmara dos Deputados e as assembleias legislativas estaduais terão, a partir de 2023, um número recorde de parlamentares que usaram termos de identificação evangélica, como “pastor”, “bispo” e “missionário”, em disputas eleitorais.
Levantamento do GLOBO com base em dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até segunda-feira aponta que ao menos 28 deputados federais, estaduais e distritais eleitos se apresentaram ao eleitorado com denominações evangélicas, sendo 16 como pastores.
Até então, os maiores índices de sucesso de candidatos pastores e de outras nomenclaturas evangélicas haviam aparecido nas eleições de 2002 e de 2014, com 27 eleitos em cada uma. Nas duas ocasiões, 16 candidatos se apresentaram como pastores.
Em agosto, O GLOBO mostrou que o número de candidaturas com identidade religiosa aumentou cerca de 25% neste ano, atingindo o maior patamar na série histórica desde 2002. O levantamento considerava candidatos que apresentaram alguma nomenclatura ou ocupação religiosa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incluindo aqueles ligados ao catolicismo e a religiões de matriz africana. O número de pastores candidatos neste ano, de 476, foi cerca de 20% superior ao registrado em 2018.
Em 2006, apenas nove candidatos com essa identificação foram eleitos para a Câmara e para as Assembleias Legislativas. O número de eleitos saltou para 18 em 2010, patamar semelhante ao da eleição de 2018, com 21 candidatos bem sucedidos.
Em meio a uma disputa presidencial marcada por seguidos acenos do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Lula (PT) ao eleitorado evangélico, parte dos candidatos mudaram a estratégia de disputas anteriores e passaram a adotar termos e expressões ligados ao meio evangélico que não apareciam até então.
No Rio, por exemplo, os irmãos Marcos e Filipe Soares, eleitos deputado federal e estadual, respectivamente, ambos pelo União Brasil, incluíram as iniciais do pai, o líder evangélico Romildo Ribeiro Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus. Com isso, o sobrenome que levaram às urnas passou a ser “RR Soares”, forma pela qual o pai se popularizou entre fiéis.
O expediente de associar o nome do candidato à igreja é adotado também por parlamentares ligados à Assembleia de Deus Ministério de Madureira. Neste ano, além do deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), ex-presidente da bancada evangélica na Câmara, dois deputados estaduais ligados à igreja se elegeram à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
O número de evangélicos eleitos é ainda maior, já que também há parlamentares que, mesmo sem termos como “pastor” ou “bispo” junto ao nome, possuem o “carimbo” religioso em suas trajetórias.
Um desses casos é o do ex-prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, e que se elegeu deputado federal. A candidatura de Crivella teve suporte da Catedral de Del Castilho, principal templo e sede da Universal no Rio, onde santinhos do ex-prefeito foram distribuídos nas últimas semanas na entrada de cultos.
Outro nome que teve apoio da Universal, e que tampouco usa nomenclaturas religiosas na urna, foi o deputado estadual e pastor licenciado Danniel Librelon (Republicanos), reeleito à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Há ainda pelo menos uma centena de pastores e outros candidatos com identidade evangélica que figuram como suplentes de deputado federal, e podem ocupar cadeiras vagas no decorrer da próxima legislatura. A “lista de espera” inclui nomes como o pastor Junior Trovão (Republicanos), no Rio, e o cantor gospel e pastor Jairinho (União), de Pernambuco.
Deputados federais eleitos
Deputados estaduais eleitos
Graça e paz ! Pr.Sostenes Cavalcanti, presidente da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso, tb foi reeleito, p/Rj. Muito ligado ao Pr. Silas Malafaia
ResponderExcluirNa Bahia faltou o pr. Alex Santana federal e pr Samuel Jr estadual
ResponderExcluirA Paz do Senhor!
ResponderExcluirA matéria se referiu apenas àqueles que utilizaram o título eclesiástico na campanha, e não a todos os evangelicos que foram eleitos. Com certeza teremos a maior bancada da história!