Evangélicos devem superar católicos em aproximadamente 10 anos, segundo projeção de pesquisador.
O avanço das igrejas evangélicas na cidade de São Paulo se dá em função do aumento da população que se diz adepta ao protestantismo, um movimento crescente nas últimas décadas no Brasil.
No censo de 1940, católicos representavam 95,2% da população, e evangélicos apenas 2,6%. No censo de 2000, a população católica caiu para 73,9%, enquanto a evangélica aumentou para 15,4%. O movimento continuou: em 2010, os evangélicos representavam 22,2% dos brasileiros, e os católicos tinham caído para 64,6%.
Projeção do IBGE estima que é possível que católicos se tornem minoria dentro da próxima década: em 2032 eles serão 38,6% da população brasileira, e 39,8% serão evangélicos.
Entre 1991 e 2010, os católicos caíram 1%, e os evangélicos cresciam 0,7%. Segundo José Eustáquio Alves, doutor e pesquisador em demografia, em entrevista à Folha, são várias as indicações de que a queda do primeiro grupo para 1,2% nos últimos anos, e a subida do segundo, para 0.8%. Se aplicar estas tacas num modelo de projeção geométrica, diz o demógrafo, chegamos a essa projeção.
Segundo o pesquisador, a partir de 2022 os católicos devem cair para menos de 50% e, dez anos depois, seriam 38,6% da população.
Já os evangélicos alcançariam em 2032 a marca dos 39,8%.
A expansão dos templos evangélicos
A partir dos nomes dos templos registrados no cadastro do IPTU, o site de jornalismo de dados Pindograma inferiu, a partir dos nomes, sites e descrições disponibilizadas pelos estabelecimentos religiosos, as denominações de 92,5% das igrejas evangélicas da cidade. Entre essas, as pentecostais são as mais comuns, representando 50,8% do total e com crescimento de 31,4% na última década. Depois, vêm templos batistas, que são 13% do total e tiveram crescimento de 31,1%. Em terceiro lugar, as igrejas presbiterianas: são 8% do total e cresceram 43,2% desde 2011.
Em números absolutos, a expansão dos templos evangélicos na capital paulista não ocorreu de maneira uniforme. Foi mais concentrada na periferia, em distritos afastados do Centro da cidade.
Os bairros que ganharam o maior número de templos evangélicos foram bairros mais pobres das regiões Sul (Cidade Ademar, Grajaú, Jardim São Luís, Jardim Ângela, Sacomã, Campo Limpo), Norte (Brasilândia) e Leste (Itaim Paulista, Sapopemba, Vila Matilde).
A expansão de igrejas aconteceu de maneira parecida entre os católicos. Os maiores crescimentos, em número absoluto, aconteceram em regiões periféricas: Cidade Ademar, Jardim Ângela, Grajaú, Vila Sônia (na Zona Oeste), Capão Redondo e Cidade Dutra (no Sul da cidade), e Sapopemba (na Zona Leste). Os evangélicos, no entanto, cresceram em maior escala.
Proporcionalmente, porém, o maior crescimento percentual de templos evangélicos se deu nas regiões mais centrais. A Liberdade, onde vivem muitos descendentes de japoneses, aparece em primeiro lugar, pois os dois templos evangélicos existentes em 2011 se transformaram em quinze no ano passado (crescimento de 650%). No Belém, também no centro, o crescimento foi de 2 para 11.
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema