Blocos de "carnaval gospel" tem 'abadeus' e cover de Mamonas Assassinas
As igrejas mais tradicionais costumam fazer retiros espirituais durante o Carnaval, feriado cujo nome significa, literalmente, “festa da carne”. Mas há denominações que decidem aproveitar a multidão para pregar a palavra. Essa postura gera divisão entre muitos líderes.
O teólogo Marcelo Rebello, 44, explica que deveria prevalecer o bom senso: “O crente não tem que ir para o meio do povo e dizer que [os que bebem e se pegam] vão pro inferno”.
Presidente da Associação Brasileira de Empresas e Profissionais Evangélicos, Rebello também lembra que a festa nas suas origens era “muito atrelada a candomblé e umbanda” e como o crente “serve a um Deus único”, essas entidades (orixás) seriam uma afronta a evangélicos.
Mesmo assim, o “Carnaval evangélico”, onde geralmente não se bebe álcool, parece ganhar força nas ruas do país.
São Paulo
Um dos blocos mas ativos é da Bola de Neve Church. A ponto de a prefeitura de Santos instituir, via lei municipal de 2014, o Dia do Evangelismo de Carnaval Bola de Neve.
Este ano, ela oferece os tradicionais uniformes de blocos, “abadás”, por R$ 30 (dinheiro) ou R$ 35 (cartão). Os fiéis reunidos numa espécie de “esquenta” na semana passada entoavam adaptações evangelizadoras de sambas e sucessos da música pop. Por exemplo, “Pelados em Santos”, do Mamonas Assassinas, teve o refrão mudado para “Jesus me deixa doidããããão”.
Cerca de 80% dos batuqueiros da Bola são ex-membros de torcidas organizadas. A estimativa é do corintiano Rodney Lopez, 35. Ele foi da Gaviões da Fiel, mas quando se converteu em 2006 preferiu entrar para a bateria da igreja. “Quando conheci Deus, algo fazia falta. Queria fazer o que fazia no mundo, mas dentro da igreja”, explica.
Todo os anos, a bateria da igreja percorre cerca de 10 km da orla santista. No ano passado, segundo o Corpo de Bombeiros, foram 18 mil pessoas. A festa deste ano, programada para dia 25, terá food truck, palco com música eletrônica e 12 camarotes para 14 pessoas (R$ 3.000 cada espaço), revela o pastor Eric Viana, 40, idealizador da Batucada Abençoada.
Durante um sermão recente, brincou com a plateia: “Quem é solteiro aqui? Então compra logo dois [abadás]!”. Em entrevista à Folha de São Paulo lembrou que começou a bateria por acreditar que não fazia sentido se isolar num retiro enquanto cidades eram tomadas por “toda a negatividade do Carnaval mundano”.
Entre os exemplos disso, aponta gravidez indesejada, motoristas alcoolizados, latinhas de cerveja na rua e namoros que terminam.
“A gente se sentiu bastante egoísta em viver a alegria de Deus refugiado disso tudo”, diz Viana, ex-metaleiro e usuário de drogas que mudou de vida ao conhecer Jesus 25 anos atrás. “Só depois percebi que a transformação não era por fora.”
Bahia
Já em Salvador, o bloco evangélico da Igreja Batista Missionária da Independência, marcará presença no Pelourinho este ano novamente. O destaque é a presença do funkeiro gospel Tonzão, do hit “Passinho do Abençoado”. Também estarão se apresentando o pagodeiro Waguinho, ex-Os Morenos, e o cantor Lázaro, ex-Olodum. No “abadeus” (abadá) do Sal da Terra, o mote é: “Jesus é a nossa alegria”.
Rio
No Rio de Janeiro, a Igreja Batista Atitude desfilará na orla do Recreio dos Bandeirantes o bloco Sou Cheio de Amor, como faz desde 2013.
Divisão
O exemplo mais recente de como essa questão gera divisão foi o cancelamento do polo gospel no Carnaval de Olinda (PE), um dos maiores do Brasil. Cerca de uma semana após ser anunciado, a união de fé e folia recebeu críticas de igrejas tradicionais.
Um dos elementos decisivos foi o posicionamento contrário da bancada evangélica da Assembleia Legislativa pernambucana. O deputado estadual Adalto Santos (PSB) reclamou ao prefeito, que também é evangélico, sobre o “prejuízo espiritual” do evento.
O pastor Josildo Ferreira, ligado ao Movimento Missões Urbanas Brasil, que idealizou a versão gospel do Carnaval, explica que a opção será distribuir 10 mil Bíblias durante os dias do feriado.
Fonte: Gospel Prime
MEU COMENTÁRIO
Desde que surgiram os primeiros trabalhos de evangelização no período do carnaval, mormente realizados por agências de evangelismo e ou missionárias, sempre houve polêmica no seio das Igrejas mais tradicionais, no entanto, o formato foi tomando naturalidade e foi e acomodando, inclusive com algumas igrejas capacitando jovens para realizar o trabalho de evangelização, com distribuição de folhetos evangelísticos, bíblias e outras publicações evangélicas, além de auxílio espiritual e de prmeiros socorros a pessoas alcoolizadas e ou drogadas.
Agora, o novo formato que está na moda é ainda muito mais polêmico e perigoso, pois consiste em se utilizar da mesma arma do inimigo para combate-lo. Toda vez que se luta com o inimigo comas armas dele, ou e está muito bem preparado, ou essa arma poderá se voltar contra nós mesmos, afinal estamos no território dee e com a armas dele.
A Bíblia Sagrada diz:
"Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; E estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência" - 2 Coríntios 10:4-6
E ainda:
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça; E calçados os pés na preparação do evangelho da paz; Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos,
Efésios 6: 11-18
Finalizando, entendo ser uma estratégia de evangelismo muito arriscada, além de se tornar uma grande tentação para quem estiver dando os primeiros passos na vida cristã. Cada líder deve saber o que é ,e;hor para o povo que dirige, mas este é o meu singelo posiicionamento e contribuição para com este polêmico assunto.
VIGIEMOS!
Ótimo comentário, vejo assim: só ha duas opiniões, uma é do convertido e a outra do convencido. Qualquer um que apóia essas praticas pode ter o argumento que for, não se converteu e ainda quer desvirtuar a muitos. Quanto a lei nem me espanto, aqui na nossa cidade tem um vereador que queria instituir o "Dia do ministério de dança." e ele não é de qualquer igreja, mas para ganhar votos apóia essas praticas.
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