Texto bíblico: Ester 5.1-6.
Existem muitos lugares na Bíblia que se refere ao poder de
libertação de Deus. Um deles é também o livro de Ester. Um dos fatos curiosos
sobre o livro de Ester é sua distinção como o único livro na Bíblia que não
usa, nenhuma vez, o nome de Deus. Mesmo sem citar o nome do Senhor, o livro
demonstra a fé dos seus servos, principalmente de Mardoqueu.
A festa do rei e a
destituição da rainha Vasti
O banquete
de uma semana que o rei Assuero deu aos seus nobres e oficiais parece extrava-gante
e muito além do que a maioria dos cristãos poderia achar aceitável, mesmo para
al-guém no topo do poder político. O consumo irrestrito de álcool (Et 1:7, 8)
não era incomum nessas ocasiões. Tais banquetes aconteceram em outros momentos
da história bíblica, nos quais reis ofereceram banquetes a milhares de
convidados em suas festas. O rei, então, mandou chamar a rainha Vasti para fazer
parte daquela reunião, porém ela, veementemente, se negou a participar de uma
festa onde só havia homens embriagados. Este NÃO da rainha soou muito forte
perante o rei e seus convidados. Isso ficava muito abaixo de sua dignidade como
mulher casada e como membro da família real.
Ouvindo ele
o conselho de um de seus conselheiros, decidiu banir, para sempre, da sua
presença a rainha. Agora, ela não seria mais a poderosa rainha, não seria mais
a mulher mais poderosa do Oriente Médio.
Até aqui, na
história, a verdadeira heroína é Vasti, que, depois, desapareceu da narrativa.
Sua e atitude com base em princípios prepararam o caminho para Ester.
Não sabemos
muita coisa sobre este fato mas de uma coisa temos certeza: a mão do Senhor
estava agindo em todos estes acontecimentos. Ele, por ser um Deus onisciente,
já sabia o que iria acontecer no futuro. O plano perfeito dEle estava
caminhando a fim de salvar o Seu povo.
Ester e sua trajetória
Este Rei
após mandar embora sua primeira esposa, a rainha Vasti, ele estava buscando uma
nova esposa para se tornar rainha. Nesse intuito organizaram uma competição
onde mulheres de todo o reino foram convidadas a vir até Susã com o propósito
de que uma delas preenchesse o lugar vazio da rainha. (Ester 2:1-4). No meio
dessas mulheres estava também Ester, uma jovem hebreia que foi criada por
Mardoqueu, um dos cativos que foram trazidos de Jerusalém por Nabucodonosor
(Ester 2:5-7). Finalmente esta jovem após obter a graça, primeiro de “Hegai,
guarda das mulheres" (Ester 2:9), segundo a graça "de todos que a
viram" (Ester 2:15) e por fim e mais importante a graça do próprio Rei
(Ester 2:17).
Ester era
uma "... jovem bela de presença e formosa..." (Est 2:7b). Além de ser
muito bonita, ela tinha grande sabedoria e teve um tratamento preferencial de
Hegai. A Bíblia nos relata o quanto ele ajudou Ester (Em cada detalhe dos
acontecimentos, vemos a mão de Deus trabalhando na vida dela). No livro de
Ester 2:9 lemos: "E a moça pareceu
formosa aos seus olhos, e alcançou graça perante ele; por isso se apressou a
dar-lhe os seus enfeites, e os seus quinhões, como também em lhe dar sete moças
de respeito da casa do rei; e a fez passar com as suas moças ao melhor lugar da
casa das mulheres."
Ester é escolhida para o lugar de Vasti.
Ester se
viu num mundo totalmente novo e estranho para
ela. Estava entre as “muitas moças” que haviam sido trazidas de
diferentes lugares do Império Persa. Seus costumes, idioma e atitudes
provavelmente variavam muito. As moças foram colocadas sob a supervisão de um
encarregado chamado Hegai e passariam por um extenso tratamento de beleza, um
programa de um ano que incluía massagens com óleos perfumados. (Ester 2:8, 12)
Um ambiente e um modo de vida assim poderiam facilmente ter feito com que
aquelas moças ficassem obcecadas pela aparência, além de gerar vaidade e
competição.
Ninguém
estava mais preocupado com Ester do que Mardoqueu. O relato mostra que todos os
dias ele chegava o mais perto possível da casa das mulheres para saber se ela
estava bem. (Ester 2:11) À medida que conseguia algumas informações, talvez por meio de servos cooperadores que
trabalhavam ali, é provável que seu coração se enchesse de orgulho paternal.
Ester a nova rainha
Quando
chegou o momento de ser apresentada ao rei, Ester recebeu a liberdade de
escolher qualquer coisa que achasse necessário, talvez para ficar ainda mais
bonita. Mas Ester foi modesta e não pediu nada além do que Hegai havia
mencionado. (Ester 2:15). É provável que ela tenha percebido que o coração do
rei não seria conquistado só pela beleza. Um espírito humilde e modesto seria
algo bem mais raro naquela corte. Será que ela estava certa?
O relato
responde: “O rei veio a amar Ester mais
do que a todas as outras mulheres, de modo que ela obteve mais favor e
benevolência diante dele do que todas as outras virgens. E passou a pôr-lhe o
toucado real sobre a cabeça e a fazê-la rainha em lugar de Vasti.” (Ester
2:17) Deve ter sido difícil para aquela humilde jovem judia adaptar-se a essa
mudança em sua vida — ela era a nova rainha, esposa do monarca mais poderoso da
Terra naquela época!
Contudo,
ela não revelou a ninguém que era judia, conforme a ordem dada por Mardoqueu.
Então ninguém, nem mesmo o Rei sabia qual a nacionalidade de Ester.
HAMÃ E MARDOQUEU – O CONFLITO
Um homem chamado Hamã obteve destaque na corte de Assuero. O
rei o nomeou primeiro-ministro, o que fazia de Hamã seu principal conselheiro e
o segundo homem mais poderoso no império. O rei até mesmo decretou que quem
visse esse alto funcionário deveria se curvar diante dele. (Ester 3:1-4) Para
Mardoqueu, essa lei era um dilema. Ele sabia que devia obedecer ao rei, mas só
quando isso não envolvesse desobedecer a Deus. O problema é que Hamã era
agagita. Pelo visto, isso significava que ele era descendente de Agague, o rei
amalequita executado pelo profeta Samuel. (1 Sam. 15:33) Os amalequitas eram
tão maus que se declararam inimigos de Jeová e de Israel. Como povo, eram
condenados por Deus. (Deut. 25:19) Como é que um judeu fiel poderia se curvar diante
de um amalequita? Mardoqueu nunca faria isso. Ele manteve sua posição.
A trama de Hamã para
matar todos os judeus
Hamã ficou furioso. Mas tramar algo para matar apenas
Mardoqueu não era suficiente. Ele queria exterminar o povo de Mardoqueu. Para
convencer o rei a fazer isso, Hamã passou uma ideia negativa dos judeus. Sem
mencionar nomes, deu a entender que eles eram insignificantes, um povo “disperso
e separado entre os povos”. Pior ainda, Hamã disse que eles não obedeciam às
leis do rei, ou seja, que eram rebeldes perigosos. Ele propôs doar uma enorme
quantia ao tesouro do rei para pagar as despesas da chacina dos judeus no
império. * Assuero deu o seu próprio anel de sinete a Hamã para ele aprovar
qualquer ordem que tivesse em mente. — Ester 3:5-10.
Ester e a preocupação
com o seu povo
Mardoqueu sabia que precisava agir. Mas o que ele poderia
fazer? Ester ficou sabendo da aflição dele e lhe enviou roupas. Mardoqueu,
porém, se recusou a ser consolado. Pode ser que ele se perguntasse já por muito
tempo por que seu Deus, Jeová, havia permitido que sua querida Ester fosse
tirada dele para ser rainha de um governante pagão. Agora as coisas estavam
começando a fazer sentido. Mardoqueu
enviou uma mensagem a Ester, implorando que ela intercedesse junto ao rei em
defesa de “seu próprio povo”. — Ester 4:
Podemos
imaginar Ester orando silenciosamente a seu Deus antes de dizer as seguintes
pala-vras: "Se eu tiver achado favor aos
teus olhos, ó rei, e se parecer bem ao rei, dê-se-me a minha própria alma ao
meu pedido, e meu povo, à minha solicitação." (Ester 7:3) Note que primeiro
ela mostrou que respeitava o critério dele com relação ao que lhe parecia ser
bom. Ester era muito diferente de Vasti, ex-esposa do rei, que o havia
humilhado de propó-sito. (Ester 1:10-12) Além disso, Ester não criticou o rei
por confiar em Hamã. Em vez disso, ela implorou que ele a protegesse de algo
que punha a vida dela em risco.
Como Ester mostrou fé e coragem?
Havia
chegado a hora de Ester tomar uma decisão. Ela disse a Mardoqueu para pedir que
seus compatriotas se juntassem a ela num jejum de três dias. Sua mensagem
termina com uma declaração de fé e coragem que ficou registrada até hoje: “Se
eu tiver de perecer, terei de perecer.” (Ester 4:15-17) Naqueles três dias, ela
deve ter orado mais fervorosamente do que nunca. Finalmente, chegou o momento.
Ela colocou sua melhor vestimenta real, fazendo tudo o que podia para agradar o
rei. E então saiu ao seu encontro.
Como
descrito no começo deste capítulo, Ester dirigiu-se à corte do rei. Podemos
imaginar suas preocupações e suas orações fervorosas enchendo-lhe a mente e o
coração. Ela entrou no pátio, de onde podia ver Assuero. Talvez tenha tentado
ler a expressão no rosto do rei. Se ela teve de esperar, isso deve ter parecido
uma eternidade. Mas a espera acabou quando o rei a viu. Com certeza ele ficou
surpreso, mas sua expressão facial se abrandou, e ele estendeu seu cetro de
ouro! — Ester 5:1, 2.
Como Ester revelou o problema ao rei?
Com
certeza, esse pedido deixou o rei impressionado e comovido. Quem ousaria
colocar sua rainha em perigo? Ester continuou, dizendo: “Fomos vendidos, eu e
meu povo, para sermos aniquilados, mortos e destruídos. Ora, se tivéssemos sido
vendidos apenas como escravos e apenas como servas, eu teria ficado calada. Mas
a aflição não convém quando é com dano para o rei.” (Ester 7:4) Veja que Ester
expôs francamente o problema, mas acrescentou que teria ficado calada se fosse
só uma ameaça de escravidão. No entanto, esse genocídio traria um prejuízo tão
grande ao próprio rei que ela não podia ficar calada.
A reação do rei Assuero
Indignado, Assuero perguntou: “Quem é este, e onde é que
está este que se afoitou a fazer assim?” Imagine Ester apontando para o homem e
dizendo: “O homem, o adversário e inimigo, é este mau Hamã.” O ambiente ficou
tenso. O terror tomou conta de Hamã. Imagine a mudança no rosto daquele monarca
temperamental ao perceber que o conselheiro em quem ele confiava o havia
manipulado a assinar um decreto que mataria sua própria esposa! O rei saiu
enfurecido para o jardim para se recompor. — Ester 7:5-7.
No segundo banquete,
Ester expõe tudo ao Rei Assuero e corajosamente aponta para Hamã
Ao ser exposto como um conspirador covarde, Hamã se jogou
aos pés da rainha. Quando o rei voltou ao aposento e viu Hamã no divã de Ester,
suplicando-lhe, ficou ainda mais furioso. e o acusou de tentar violentar a
rainha na própria casa do rei. Isso soou como uma sentença de morte para Hamã.
Ele foi levado para fora com o rosto coberto. Então, um dos funcionários do rei
lhe falou da enorme estaca que Hamã tinha preparado para Mardoqueu. Assuero
ordenou imediatamente que o próprio Hamã fosse morto e pendurado nela. — Ester
7:8-10.
CONCLUSÃO
Podemos
dizer que esta lição é a mesma lição que é oferecida em muitas outras partes da
Palavra de Deus, isto é, a Palavra de Deus é verdadeira Palavra, uma Palavra
que não pode ser quebrada apesar das forças contrárias exercidas pelo poder
humano e maligno. De fato, aqueles que, como Mardoqueu, confiam Nele, “não
serão confundidos”(Isaías, 49:23) mas eles serão como a árvore plantada junto
às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o
calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem
deixa de dar fruto" (Jeremias 17:8). Para concluir, portanto:
Salmo
37:3-7, 9, 11
"Confia no
Senhor e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado.
Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração. Entrega
o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará. E ele fará sobressair a tua
justiça como a luz, e o teu juízo como o meio-dia. Descansa no SENHOR, e espera
nele….mas aqueles que esperam no Senhor herdarão a terra…..os mansos herdarão a
terra, e se deleitarão na abundância de paz”.//
Pr. Adaylton de Almeida Conceição (Th.B.Th.M.Th.D.)
Assembleia de Deus Ministério
do Belém em Santos - SP
Facebook: adayl manancial
Email: adayl.alm@hotmail.com
BIBLIOGRAFIA
- Anastasios Kioulachoglou – Ester – Estudo bíblico
- Dennis Allan – Ester – O livro
- Nissan Mindel - Ester Intercede
- Valdenira Nunes de Menezes Silva – Ester – Um exemplo de coragem
- Perante o Rei
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema