Um dos homens de Deus a quem muito
espaço é dado na Palavra é Eliseu. Eliseu era um seguidor de Elias, cujo
ministério ele sucedeu (ver 2 Reis 2). Ele caminhou poderosamente com o Senhor
e dos muitos milagres que Deus fez através dele. O foco estará na habilidade de
Deus em libertar aqueles que procuram por Ele por qualquer problema que eles
possam ter.
História
da viúva
A sociedade de Israel era sobremodo
injusta em relação às mulheres e crianças, vetando-lhes até mesmo os direitos e
privilégios garantidos por Deus ao seu povo.
Elas eram vistas como seres inferiores,
impedidas de participar dos cultos, das assembleias e das festividades religiosas.
Imaginem, então, numa época de apostasia, em que o temor de Deus havia
desaparecido; numa época em que cada um fazia o que queria, ignorando por
completo as leis de Deus!
Foi naquele difícil contexto que a
esposa de um profeta ficou viúva. Como herança, o aprendiz de profeta
deixou-lhe dois filhos para criar e uma dívida para saldar. Não havia pensão,
não havia seguro de vida e não havia ninguém por ela.
A escravidão em troca de dividas era
aceita com relutância, seus filhos foram penhora-dos. Por isso, não tardou
surgirem os “abutres do lucro fácil”, ávidos por confiscar-lhe os filhos. Assim
como os contemporâneos de Eliseu abusavam das crianças necessitadas,
tirando-lhes o direito, o respeito e a dignidade.
Não tendo a quem mais recorrer, a pobre
viúva apelou ao profeta Eliseu, apesar de saber que este também não possuía
recursos financeiros. Confiava que ele encontraria em Deus uma saída para a
crise.
Eliseu era compromissado com Deus, não
com as tradições, por isso não se calou frente à injustiça, nem se deixou
moldar pela teologia deturpada daqueles dias. Em seu ministério, mais do que no
de qualquer outro profeta, a mulher foi valorizada e seus direitos
respeita-dos. “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é
esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo
guardar-se incontaminado do mundo”(Tg 1:27).
"Comunicai
com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;" Romanos 12:13
2 Reis 4:1: “E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu,
dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao
Sesnhor; e veio o credor, para levar os meus dois filhos para serem servos.”
Profundo o testemunho que esta mulher
dá a respeito do seu falecido marido. Ela vem a Eliseu demonstrando muito
respeito e humildade. Com seu coração quebrantado, chama-o de Senhor, pois
sabia que o seu pedido se dirigia a Deus, através do seu profeta.
A viúva em suas palavras, estava dizendo
apenas uma verdade para Eliseu e não uma reclamação. Ela fala do fato inegável
de que Eliseu conhecia a lealdade com que seu fale-cido marido servia a Deus e
ao próprio Eliseu. Ela o relembra da vida piedosa que seu marido teve.
E na sua extrema necessidade, apenas
apresenta a sua justa causa ao homem de Deus e ao próprio Deus. A causa dela
era justa, não pedia por riqueza ou status, ou que Eliseu descumprisse a Lei,
mas queria apenas um livramento, pela vida de seus filhos.
A forma como fala, demonstra a sua
grande fé. Perceba que ela não pede nada a Eliseu, mas apenas o deixa ciente da
sua miséria, ou seja, ela confiava que Deus sabia o que era melhor para a sua
família. E se colocou totalmente debaixo da providência divina.
De acordo com a passagem, esta mulher
era esposa de um homem que temia e reverencia-va profundamente, o Senhor.
Infelizmente, seu marido morreu deixando a sua família uma dívida que eles não
podiam pagar. Como resultado, o credor estava vindo para levar seus dois filhos
para serem escravos. Disto nós podemos facilmente entender, a emergência da
situação: a mulher por causa de uma dívida não paga estava perto de perder seus
dois filhos. Para encarar este problema ela clamou a Eliseu, o homem de Deus.
Com certeza, sua escolha em recorrer, neste tempo crucial ao homem de Deus não
foi acidental. Realmente, quando o tempo é tão limitado (“o credor estava
vindo” imperfeito, ou seja, ele estava a caminho) você não vai exceto para
aqueles que você sabe que podem te ajudar. Obviamente, o homem que essa mulher
acreditava que poderia ajudá-la era Eliseu, o homem de Deus1. Evidentemente,
ela determinou LUTAR contra essa dificuldade e lutar com Deus.
Quando todos os meios terrestre de
ajuda estavam fechados para esta mulher aflita, ela foi procurar o profeta
Eliseu, sem fazer quaisquer tipo de reclamações. Apenas derramou seus
sentimentos de aflição nos ouvidos dele, contou-lhe que seu marido, um homem
que fez parte do grupo de jovens profetas na escola criada por Eliseu, havia
morrido recentemente e deixado uma dívida cujo valor ela não tinha condições de
pagar.
Naquela sociedade e época, não havia
perspectiva de um futuro feliz para uma mulher nas condições daquela mulher. Se
ficasse sozinha, não teria nenhuma segurança na velhice, pois os filhos é que
cuidavam de seus pais idosos, não existia o sistema do Estado efetuan-do ajuda
financeira, como uma aposentadoria ou pensão às mulheres que perderam seus
maridos. Consequentemente, restava a ela enfrentar a solidão, o luto, a
miséria, o desses-pero, e até mesmo uma morte prematura por causa da opressão
de um credor.
Escravidão
A Lei de Moisés permitia que dívidas
poderiam ser pagas com a mão-de-obra escrava. Entretanto, era proibido a um
credor israelita, a quem outro israelita foi vendido, "obrigá-lo a servir
como escravo", e a agir sobre a vida dele rigorosamente. Apesar disso, em
alguns casos o quadro era dramático ao extremo, pois os credores eram
inescrupulosos e davam pouca atenção às regras impostas por Deus (Levítico 25.39-43).
A visão
do profeta diante da viúva
Também é fato que se Eliseu havia atendido a pessoas
importantes como os reis de israel e os capitães dos seus exércitos, ele da
mesma forma não deixou de ouvir o clamor de uma pobre viúva.
Deus não abandona aqueles que lhe são fiéis. Deus é fiel na
vida e na morte, e promete proteger até os filhos dos filhos de milhares
daqueles que o amam e o obedecem.
OBEDIÊNCIA
A viúva demonstrou ser uma serva fiel e
obediente ao Senhor, por adotar duas condutas principais: 1ª. Num momento de
grande aflição e dor, ela foi se consultar com um homem de Deus (Profeta Elí).
2ª. Demonstrou confiar em Deus e em pessoas ungidas por Ele, pela forma como
obedeceu a tudo que foi dito pelo profeta para que ela o fizesse.
2º Reis 4.2-4: Que te hei de eu fazer?
Declara-me que é o que tem em casa [...]. E ela disse: Tua serva não tem nada
em casa, senão uma botija de azeite. Então disse ele: Vai pede para ti vasos
emprestados a todos os teus vizinhos. [...]. Então, entra e fecha a porte sobre
ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte
o que estiver cheio.
Será que nos momentos de turbulências
em nossas vidas, temos adotado a mesma conduta desta mulher? Ou será que
estamos procurando pessoas erradas e lugares inadequados, para despejar nossas
lamúrias e reclamações?
“Que hei de te fazer? E ela disse: “Tua serva não tem nada
em casa...” (2Rs 4.2). Quando a visão do nosso
entendimento é aberta por uma verdade espiritual, aquilo que antes reputávamos
como nada, pode se tornar a coisa mais valiosa que temos na vida. O profeta
sabia que em sua casa havia o produto do milagre, então a despertou dizendo:
“Dize-me que é o que tens em casa”. Para a mulher aquela botija de azeite não
representava muita coisa, para o profeta era a fonte do milagre. Ela via apenas
o azeite. Mas o profeta, viu além, viu o futuro. Enquanto ela viu uma pequena
botija, ele estava vendo dezenas de vasilhas cheias a partir daquele azeite, ou
seja, em situações de aperto a receita do sucesso é apresentar o pouco que
temos Aquele que tudo pode!
2 Reis 4:2: “E Eliseu
lhe disse: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa.”
Veja a disponibilidade de Eliseu.
Eliseu estava lá pronto para ajudar a viúva. Ele não a condenou por sua dívida.
Em minha opinião, deve ter havido muito tempo antes da viúva ou seu marido ter
chegado ao estágio de insolvência. Você certamente não chega a este ponto de um
dia para o outro sem, entretanto, tratar muitas coisas de forma errada.
Entretanto, o ponto não era o que aconteceu. O que aconteceu, aconteceu. O que
conta agora não era o passado, mas que no recente momento ela precisava
imediatamente de suporte e para encontrar isso ela procurou o Senhor. Vemos que
Eliseu não tentou livra-se dela porque o problema era “muito difícil”. Ele
certamente não tem uma solução para o problema dela. Porém, isto não significa
que ele não estava disponível para ajudá-la. Ao contrário, sua resposta mostrou
que ele estava pronto para ajudar na maneira que ele podia. O verso 2 nos dá a
resposta da mulher para a pergunta de Eliseu:
2 Reis 4:2: “E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de
azeite.”
A viúva
estava realmente em grande pobreza. Não havia nada em sua casa além de uma
botija de azeite. Obviamente, no seu esforço de livrar-se do débito ela vendeu
tudo. Não havia mesa, camas, utensílios de cozinha. A única coisa que tinha
sobrado era essa botija de azeite. Contudo, essa botija de azeite era
suficiente para Deus trazer libertação para ela. Os versos 3-4 nos dizem:
“Então disse ele: Vai, pede emprestadas, de todos os teus vizinhos, vasilhas
vazias, não poucas. Então entra, e fecha
a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas
vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia.”
Milagres extraídos daquilo que não é aparente
Uma atitude de fé sempre estará
alicerçada na espiritualidade e na sensibilidade (Gl 5.16; Tg 2.18). Essa
mulher estava desesperada, com medo de perder seus filhos, por isso, não pôde
ver que o pouco azeite daquela botija era a fonte para sanar suas dívidas.
Eliseu
pede que aquela mulher corra até seus vizinhos, e lhes peça muitas vasilhas
emprestadas para que o azeite daquela pequena botija venha enchê-las. Ela
deveria confiar na palavra do profeta e agir por intermédio da fé no que ele
disse. A fé também exige uma atitude, uma ação (Hebreus 11:1-6). A
vida cristã pode apresentar muitos contrastes. No caso dessa viúva, ela começa
pedindo emprestado algo a alguém, e pedir nunca é fácil (Atos 20:35). Pelo
empréstimo conseguido, observa-se que tinha relacionamento e boa convivência
com seus vizinhos. Pois, sendo de má índole e sem relacionamentos seu milagre
seria embargado. O profeta não fala a quantidade de vasos que ela deveria
pedir, esse ato revela a qualidade e o nível daquilo que ela acreditava. Se ela
pedisse mil, todos seriam cheios, se pedisse dez, aconteceria o mesmo. O que
nos revela esse tipo de ação? Que podemos tanto limitar o milagre quanto
ampliá-lo. Nossa fé pode determinar o tamanho do milagre que desejamos ver
acontecer em nossas vidas (João 4:50-53 / II Coríntios 5:7).
A matéria prima necessária para que Deus realize um
milagre é o “NADA”. No texto original de Gênesis 1:1, o vocábulo usado para
descrever a criação é “Bârâ”, que significa “criar do nada”. Basta apenas um
pensamento do Criador para trazer à existência aquilo que jamais antes existiu,
mas este método criativo não é utilizado por Deus quando se trata de sua mais
preciosa criação: o homem. Deus literalmente colocou a mão na massa na
concepção do corpo humano, moldando no barro suas formas e feições. Depois,
soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou alma vivente.
O AZEITE DERRAMADO – A HORA DO MILAGRE
"Então
entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas
aquelas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia. Partiu, pois, dele, e
fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam as vasilhas, e
ela as enchia.” 2 REIS 4:4-5
Recebida a Palavra da
Revelação, devemos agir com fé. A viúva deveria encher as vasilhas a partir da
botija de azeite que tinha. Era um milagre, pois o azeite de uma vasilha, indo
contra todas as possibilidades, encheu várias outras. Uma botija só poderia
encher uma botija. O milagre de Deus é a invasão do sobrenatural no material. A
lógica de Deus é outra.
A necessidade do profético em nossos dias
Nós somos uma igreja carente de
profetas (não nos referimos ao dom de profecia, que muitos estão manipulando e
usando insensatamente). Os profetas veem o futuro, eles têm sensibilidade para
penetrar no mundo espiritual e mostrar a realidade do amanhã. Assim é o
ministério profético (Ef 4.16). No episódio aqui relatado devemos destacar duas
coisas importantes: a visão da mulher e a visão do profeta. “Ela vê a botija de
azeite como nada, ele vê como a fonte de tudo o que ela precisa”. Os profetas
existem para nos ensinar a usar a ferramenta que temos para seguir adiante. Uma
palavra profética pode mudar a nossa vida (Mt 8.8; Lc 7.7).
Feche a porta para a dúvida
Um fator muito importante na história
deste milagre é o que aconteceu após a viúva ter tomado emprestadas as vasilhas
vazias de seus vizinhos curiosos. Eliseu lhe disse: 'Então entra, e fecha a
porta sobre ti, e sobre teus filhos...' Sempre haverá muitas pessoas para dizer
ao contrário. Há os que replicam: 'Os antecedentes são contra isso. Tentamos
antes e falhamos'. Há também os que se queixam: 'Não podemos suportar isso'.
Eliseu simplesmente insistiu para que ela deixasse de fora os incrédulos, e
fechasse os ouvidos para a dúvida.
Os vizinhos que estavam cientes de sua
situação talvez fossem levados a pensar que as atitudes eram excêntricas e, com
certeza, a ridicularizariam.
Tachariam-na de tola por acreditar em algo tão impossível como que lhe
propusera o profeta.
Jesus advertiu: 'Atentai no que ouvis'
(Mc 4.24). Ele sabia que agimos e reagimos de acordo com aquilo que ouvimos
daqueles que estão à nossa volta. Eliseu também sabia quão rapidamente as
sementes de dúvida crescem no solo do desespero e da perversidade humana. Dessa
maneira, recomendou à viúva que entrasse em sua casa e fechasse a porta da
dúvida.
“O milagre ficava então limitado a
tanto quanto fosse a fé dela, pois quanto mais vasos conseguisse, mais puro
azeite receberia. Ela seguiu a palavra profética de Deus, através de Eliseu, e
o óleo não parou enquanto ainda havia vasos vazios.”
A mulher deitou
azeite nos vasos até que os vasos ficaram vazios, mas não a botija de azeite.
Precisamos aprender a nos esvaziar de nós mesmos para que o milagre aconteça.
O milagre ilimitado
ficou limitado pela quantidade de vasilhas que ela conseguiu. O milagre nunca
tem fim, pois a porta que Deus abre ninguém fecha.
PAGUE SUAS DIVIDAS E VIVA DO RESTO – O
DIZIMO
Então veio ela, e o fez saber ao homem
de Deus; e disse ele: Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus
filhos vivei do resto. (verso 7)
Quando falamos da bênção,
principalmente da bênção financeira, muitos esquecem-se que tem dividas e
querem logo gastar o que conseguiu. Os Shoppings são um grande atrativo quando
entra um valor inesperado na conta, mas nós nunca deveremos esquecer que essa
mulher só recebeu o milagre porque ela tinha dívidas. Essa viúva precisava
saldar as suas contas, de qualquer jeito, senão levariam seus filhos como
escravos. Pague primeiro suas contas, quando o milagre financeiro chegar, viva
com as contas em ordem e viva do resto. Depois de pagas as contas, o restante
use com sabedoria. O milagre era tão grande, que daria para a mulher viver o
resto de sua vida sem contas, sem dever a ninguém.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
Deus espera que ajamos com sabedoria em
todos os momentos de nossa existência,
sobretudo nas adversidades. O pouco que aquela mulher tinha em casa foi
feito em muito, mas ela precisava ser
sábia no tocante ao que fazer com aquele muito que o Senhor lhe dera. Ter
recursos em abundância não é suficiente para que solucionemos problemas de
escassez. É preciso que saibamos utilizar o que Deus nos deu.///
Pr. Adaylton de Almeida Conceição
Assembleia de Deus Ministério
do Belém em Santos
Facebook: adayl manancial
Email: adayl.alm@hotmail.com
BIBLIOGRAFIA
- Anastasios Kioulachoglou – Eliseu e a viúva e a sunamita.
- Eliseu Antonio Gomes - Eliseu aumenta o azeite da viúva.
- Barnett, Tommy. Há um milagre em sua casa: A solução de Deus começa com o que você tem. 9. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
- Miquéias Daniel Gomes – Eliseu e o milagre da multiplicação do azeite.
- Paulo Sergio Larios –Segredos de prosperidade e o azeite da viúva.
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema