Para quem reclama do aumento do número de candidatos religiosos, está bastante claro que a política espelha os anseios de diversos segmentos
Segundo um levantamento divulgado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e pelo jornal Folha de São Paulo, os candidatos “trans” passaram de 31 em 2012 para 84 nesta eleição.
Para quem reclama do aumento do número de candidatos religiosos, em especial dos evangélicos, está bastante claro que a política espelha os anseios de diversos segmentos da sociedade, onde cada eleito defenderá as ideias de campanha.
Esse aumento significativo, segundo a professora Luiza Coppieters (PSOL/SP), candidata à Câmara na capital paulista, demonstra que “a sociedade começou a discutir as questões dos transexuais”. Ela ressalta que esses candidatos possuem “demandas bastante específicas”. Afirmando ser contra o “conservadorismo”, estão majoritariamente ligadas a partidos de esquerda.
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) é o que possui o maior número de transexuais na disputa, são 15 espalhadas pelo país. Eles comemoram o fato de pela primeira vez mulheres trans disputarem um cargo majoritário no país.
Trata-se da baiana Samara Braga, que concorre à prefeitura de Alagoinhas, Bahia (108 km de Salvador) e a paulista Thífany Félix, que deseja ser prefeito de Caraguatatuba (178 km de São Paulo). Não por acaso, Samara é apadrinhada de Jean Wyllys (PSOL), primeiro deputado federal assumidamente gay a defender as bandeiras LGBT no Congresso. Ele nasceu em Alagoinhas.
Thífany Félix já possui experiência eleitoral, tendo sido candidato a vereador pelo PT em Ubatuba e a deputada estadual pelo PSB. Reitera que sua principal luta é pelo reconhecimento da pessoa trans. “A maioria acha que trabalho para transexual é só beira de estrada, fazer programa. Quero mostrar que elas podem ser o que elas quiserem.”
Perfil e bandeiras
Além do PSOL, existem candidaturas trans em outros 25 partidos. A grande maioria está na disputa por vagas como vereador e suas bandeiras declaradas são a luta contra o “preconceito” e a preocupação com questões da saúde dos transexuais.
Somente em São Paulo são 24 candidaturas transexuais na eleição de 2016. O distante segundo lugar é da Bahia, com oito candidatas. Em terceiro, Minas Gerais, com seis e empatados em quarto, estão Rio Grande do Sul e Paraná, com cinco.
Paraíba, Pará e Ceará tem quatro candidaturas cada, enquanto Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, três. Nos demais Estados, existem pelo menos uma transexual concorrendo. O levantamento só não encontrou candidaturas trans no Espírito Santo e no Mato Grosso.
Thammy Miranda (PP/SP) possivelmente é o nome mais conhecido. Atriz, a filha da cantora Gretchen, já atuou produções pornográficas e novelas da Globo. Entre suas bandeiras de campanha está a defesa da ampliação da área especializada em cirurgia de “transgenitalização” (transformação dos genitais) no Hospital das Clínicas de São Paulo.
Já a candidata a vereadora por Aracaju, Linda Brasil (PSOL/SE) insiste que a educação é sua principal preocupação. Estudante de letras na Universidade Federal de Sergipe, defende que é preciso promover campanhas de conscientização, “de apoio, para que essas meninas não pensem que a rua é sua única saída.”
Um de seus referenciais é o programa Transcidadania, implantado na capital paulista durante a gestão Haddad (PT/SP), que oferece bolsas para travestis e transexuais terminarem o ensino básico.
FONTE: Gospel Prime
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Point Rhema