Por
conta do chamado “jeitinho brasileiro”, da famosa “lei de Gerson”, outras
maneiras de se driblar o que é correto e até mesmo a legislação, o Brasil está nas
manchetes dos maiores jornais do mundo como protagonista do maior escândalo de
corrupção da história.
De
pequenas ações de esperteza, como por exemplo, não se devolver um troco
recebido a mais por engano de um caixa, pela facilidade para que em qualquer
estabelecimento comercial se aumente o valor de uma nota fiscal para prestação
de contas a quem de direito, pelos cinco ou dez minutos de diferença no
apontamento do horário de entrada ou saída do trabalho, na pequena propina que
se oferece a um fiscal para que feche os
olhos para uma irregularidade, no “cafezinho” que se oferece ao agente de
trânsito para que não registre a multa cabível em caso de irregularidade no
veículo, na respectiva documentação ou mesmo com a carteira do condutor, pelos
favores “naturais” que se exigem dos
políticos em época de eleições, sejam eles em qualquer esfera dos poderes
constituídos, como pequenos presentes que vão de chinelos a dentaduras, favores
pessoais, reformas de veículos a favores a instituições, como areia, pedra,
cimento, telhados, valores para compra de terrenos, aluguel de ônibus, hospedagens
em hotéis e muito mais.
Bem,
agora que a “bolha estourou” nos
mensalões e petrolões investigados pela operação Lava Jato da Justiça Federal,
a república está em ruínas, não sobra praticamente ninguém, todos estão
apavorados. A cada vazamento de gravação de grampos telefônicos cai alguém ou
alguns. É lamentável vermos ícones dos três poderes da república sendo citados,
achincalhados, atemorizados e encurralados, é uma espécie de “efeito dominó” ou
uma “queda em cascata”.
Em
que pese nós brasileiros tenhamos o hábito de culpar os políticos por tudo que
acontece, precisamos entender que eles são, nada mais nada menos, que um
extrato da nossa sociedade.
Pelos
pontos que citei acima, vemos que a corrupção é um vírus que não vem de cima
para baixo, mas ao contrário, a base da pirâmide é que está contaminada. Salvo
raras exceções, quem não pratica os grandes atos de corrupção é por pura falta
de oportunidade, mas não perde qualquer pequena situação através da qual possa
levar qualquer vantagem.
É
uma questão de falta de princípio, de caráter, de ética, de moral, e no caso
dos cristãos, de temor do Senhor. A pessoa se diz cristã, mas quando se trata
das suas atitudes sociais, cidadãs e
econômicas, sai completamente fora dos princípios do evangelho.
O
Brasil está sendo passado a limpo, e a Igreja tem que se posicionar, afinal
fazemos parte desse contexto, mas para tanto temos que rever nossos conceitos,
desde a formação espiritual do caráter do nosso povo, até mesmo na atuação de
líderes que se envolvem de maneira fraudulenta, usando o nome de Deus em vão, e
por isso se corrompem, entrando em situações temerárias que comprometem seus
nomes e por fim a própria instituição que dirigem.
É
lamentável presenciarmos a Igreja sofrendo o escárnio da participação de
líderes religiosos em tramoias, com seus nomes estampados em jornais e veículos
de rádio e TV, quando na verdade temos um Deus que é o nosso provedor em todas as
eras da história. Mesmo que não sejamos parceiros ou submissos àqueles que
assim procedem, todos sofremos a vergonha, pois em Cristo somos um só corpo e o
próprio mundo nos associa; quando um sofre todos sofrem, quando um vence todos
vencem.
Chegou
a hora da Igreja tomar sua posição de “sal da terra e luz do mundo” e, independente de denominação, ministério ou
igreja local, fazermos a oração de
Neemias:
“Estejam, pois, atentos os teus ouvidos e os teus olhos
abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e
noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos
filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai
temos pecado. De todo nos corrompemos contra ti, e não guardamos os
mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos, que ordenaste a Moisés, teu
servo. Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo,
dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos. E vós
vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os cumprireis;
então, ainda que os vossos rejeitados estejam na extremidade do céu, de lá os
ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu
nome”
É tempos de nos arrependermos e seguirmos os
conselhos do Senhor ao povo de Israel, no livro das Crônicas 7:14
– “e se
esse meu povo, que se chama pelo meu Nome, se humilhar, orar e buscar a minha
face, e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu
pecado e seus erros e curarei a sua terra.”
Precisamos
nos posicionar diante da situação, Esse posicionamento não passa por
manifestos, protestos, panelaços nem atos proféticos. A igreja não está
sofrendo perseguição por causa da pregação do evangelho, mas por causa da
participação de “gente da gente” em atitudes escusas, as quais contrariam os
princípios a nós dados pelo Eterno, denigrem e mancham as nossas vestes diante
do dEle e nossa imagem e testemunho diante dos homens.
Precisamos
de um tratamento que passe pela oração, humilhação aos pés do Senhor,
arrependimento, confissão e reversão em atitudes consideradas irrelevantes.
Deus
tenha misericórdia do Brasil!
Pr.
Carlos Roberto Silva
Este artigo foi publicado originalmente pela CPAD, na coluna "EM TEMPO" do Jornal "Mensageiro da Paz", edição do mês de Julho/2016.
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema