Diante de uma plateia formada por 81 senadores, quatro presidentes e ex-presidentes de partidos, 18 ex-ministros e pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente afastada Dilma Rousseff apresentará na manhã desta segunda-feira (29) ao plenário do Senado sua defesa no processo de impeachment.
Na semana passada, entre quinta (25) e sábado (27), os senadores ouviram as testemunhas de defesa e de acusação no processo. Ao longo de três dias, os parlamentares fizeram inúmeros questionamentos aos depoentes, colheram informações e pediram esclarecimentos sobre as denúncias contra Dilma.
Conforme a Secretaria-Geral da Mesa, Dilma chegará ao Congresso nesta segunda pela chapelaria, entrada principal dos parlamentares, e se dirigirá à sala de audiências da presidência do Senado, onde o presidente da Casa comanda as reuniões da Mesa Diretora, do colégio de líderes e recebe autoridades.
No local, Dilma poderá estar acompanhada de quem desejar e terá à sua disposição lanches como pão de queijo e misto quente, além dos pratos do cardápio dos restaurantes do Senado, como salada, peixe, carne, arroz e feijão.
Pela programação, o depoimento da presidente afastada começará às 9h e ela terá direito a 30 minutos de fala, prorrogáveis a critério do presidente da sessão, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Após o pronunciamento de Dilma, os 81 senadores poderão se inscrever para formular perguntas à presidente afastada, assim como a acusação – representada pelos autores do pedido de impeachment Janaina Paschoal e Miguel Reale Jr. – e a própria defesa de Dilma – comandada pelo advogado e ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
'Marco político'
Para o líder do bloco que faz oposição ao governo do presidente em exercício Michel Temer, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a presença de Dilma será o “grande marco político” que a presidente afastada precisa para reverter votos e garantir que não haja o impeachment.
“O grande dia será esta segunda-feira. Dilma vai provar a injustiça que está sofrendo porque não houve crime de responsabilidade. Ela quer olhar para cada um dos seis ex-ministros que vão votar a favor do impeachment e vai responder [a perguntas] com dureza. Isso pode ter um impacto gigantesco e pode virar o jogo”, declarou o parlamentar.
Dos 81 senadores que julgarão Dilma, nove são ex-ministros e a tendência é que seis deles votem pela cassação do mandato da petista: Eduardo Braga (PMDB-AM), Edison Lobão (PMDB-MA), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Marta Suplicy (PMDB-SP), Eduardo Lopes (PRB-RJ) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE). Devem se manter contra o impeachment Kátia Abreu (PMDB-TO), Armando Monteiro (PTB-PE) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Já o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB) acredita que “não há a menor hipótese” de a petista reverter votos com sua ida ao plenário.
“O PT está fazendo filmetes, documentários, peças de propaganda, e a presença dela é só uma cena para esses filmes. Infelizmente, o plenário do Senado foi transformado em set de filmagens e os 'dilmistas' não estão mais preocupados com a defesa, mas, sim, com a encenação de um discurso político”, disse.
O pronunciamento da presidente afastada é uma das últimas fases do processo. Após ela falar aos senadores e responder aos questionamentos, os 81 parlamentares terão direito a dez minutos cada para expressar sua posição sobre o impeachment.
Na sequência, ocorrerá a votação final, que poderá resultar na cassação do mandato de Dilma – o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estima que a votação deverá ocorrer somente nesta terça (30) ou até mesmo na quarta (31), conforme o andamento da sessão desta segunda.
Tom do discurso
Afastada do mandato há 110 dias, Dilma passou o último fim de semana no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, preparando o discurso que irá ler aos senadores nesta segunda.
Ao G1, senadores aliados dela passaram a defender desde os últimos dias que, em seu discurso ao plenário, Dilma utilize um tom “duro” e “firme”, enfatizando que não cometeu crime de responsabilidade e, portanto, não deve sofrer o impeachment.
Esse grupo de aliados de Dilma, porém, até o fim de semana, mostrava divergências sobre se a presidente afastada deve ou não acusar de “golpistas” os senadores que defendem o impeachment.
Lula
Principal conselheiro de Dilma e responsável por viabilizar a primeira candidatura dela à Presidência, em 2010, o ex-presidente Lula assistirá ao depoimento da presidente afastada no Senado.
Na sexta-feira passada (26), Lula esteve em Brasília e, segundo relatos de assessores e senadores petistas, se reuniu com Dilma no Alvorada.
No encontro, disse ao G1 o senador Humberto Costa (PT-PE), o ex-presidente e a presidente afastada “trocaram avaliações políticas” sobre o processo de impeachment. Lula retornou no mesmo dia a São Paulo e desembarcou em Brasília neste domingo (28).
Conforme o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), o petista não entrará no plenário, mas acompanhará da galeria, uma espécie de mezanino, ao lado de outros aliados de Dilma, como os ex-ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Aloizio Mercadante (Educação), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral).
Para o advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, a presença de Lula “ajudará” Dilma na sessão. O senador Álvaro Dias (PV-PR), por outro lado, adversário do PT, acredita que a ida do ex-presidente ao Senado “não altera em nada a convicção dos senadores ou o processo de impeachment”.
Fonte: CPADNews
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