A iniciativa que convoca os judeus de todo o mundo para colaborar com a reconstrução do Templo em Jerusalém não é a única envolvendo o Monte da cidade mais importante para as três principais religiões do planeta: um grupo descendente de Davi moveu uma ação na Justiça para reaver a propriedade do terreno.
Os professores Boruch Fishman e Israel Aurbach fizeram um trabalho de pesquisa sobre a genealogia do rei Davi e listou todos os seus descendentes do sexo masculino. Com esse trabalho documentado, Fischman criou uma entidade legal para representar todos esses descendentes, chamada Canfei Nesharim L’Maan Hakahal (“Asas de Águia para a Assembleia”, em tradução livre), segundo informações do Israel Breaking News.
Atendo-se a um fato histórico, os professores argumentam que Davi comprou o terreno onde o Templo original seria erguido, e diante disso, o Monte deveria ser transferido a seus descendentes como herança.
A lógica é aprofundada com uma explicação sociocultural a respeito das propriedades de terra em Israel. O advogado da entidade, Baruch Ben Yosef, explica que o Monte do Templo não foi registrado pela Autoridade da Terra de Israel, abrindo uma brecha jurídica: “O fato de hoje o Monte do Templo estar sob a autoridade do Waqf [islâmicos] ou da Jordânia não dá um direito legal à propriedade”, pontuou.
Yosef destaca que menos de 10% do território de Israel são formados por propriedades privadas. Pouco mais de 90% é propriedade do governo, tendo seus registros no Fundo Nacional Judaico e na Administração das Terras de Israel.
Dessa forma, quando uma propriedade é comprada em Israel, ela deve ser registrada nessas autoridades. O Monte do Templo não consta como uma propriedade listada nessas entidades, o que reforça o argumento de que é uma herança dos descendentes de Davi.
“Uma vez sendo propriedade privada, as pessoas que são da linhagem do rei Davi têm uma reivindicação legal. Entretanto, a Autoridade da Terra de Israel não vai fazer nada sem uma ordem judicial do Supremo Tribunal”, prevê o advogado.
Atualmente, o Monte do Templo em Jerusalém é ocupado pela mesquita Al-Aqsa (foto), conhecida por seu domo dourado. O controle da área está com as Forças Armadas da Jordânia, que regulam o acesso ao local.
O Instituto do Templo, uma entidade formada por judeus ultra ortodoxos têm planos para reerguer o templo construído pelo rei Salomão e destruído em 586 a. C. O segundo, construído 51 anos depois, foi destruído no ano 70 d. C. pelos romanos.
Fonte: Gospel+