ISAQUE, O SORRISO DE UMA PROMESSA por Adaylton Almeida Conceição
Embora Abraão tenha tido
um filho (Ismael) com a serva Agar (Egípcia), encontramos em Gênesis 22.15-16
uma alusão a um único filho, assim como, também, o autor do livro de hebreus se
refere a Isaque como o filho unigênito, que significa único filho gerado por
seus pais (Hebreus 11.17).
É interessante notar,
ainda, que a vida de Isaque se situa no meio da história de dois patriarcas mais
famosos: Abraão tem 287 referencias na Bíblia, Jacó tem 365 e Isaque tem 131.
Embora não tenha sido tão proeminente quanto seu pai e seu filho na narrativa
de Gênesis, Isaque foi fundamental no desenvolvimento da nação de Israel e no
cumprimento da aliança de Deus com Abraão e seus descendentes.
Filho da promessa
Sabemos da história de
Abraão. Ele recebeu a promessa do próprio Deus; porém, não conseguiu esperar
com paciência. O tempo foi passando e então, procurou fazer um filho por si
mesmo. Seus próprios desejos, sua própria vontade, à parte de Deus. Então veio
Ismael que, segundo o apóstolo Paulo, foi um filho da carne. Ismael não foi o
filho da promessa. Este episódio está registrado em Gênesis 16. Havia passado
dez anos desde que o Senhor havia dado a promessa de um herdeiro. Aos 85 anos
Abraão, impacientemente proveu um filho da carne. Houve um silêncio de Deus por
15 anos, até que o Deus da promessa reaparece e lhe reafirma a promessa. Em
seguida, no tempo determinado de Deus a promessa se cumpre. Gênesis 21:1-3 – “Visitou o Senhor a Sara, como lhe dissera,
e o Senhor cumpriu o que lhe havia prometido. Sara concebeu e deu à luz um
filho a Abraão na sua velhice, no tempo determinado, de que Deus lhe falara. Ao
filho que lhe nasceu que Sara lhe dera à luz, pôs Abraão o nome de Isaque”.
O nascimento de Isaque
ocorreu sob circunstâncias bem incomuns. Tanto o pai como a mãe dele já eram
bem idosos, já tendo há muito cessado a menstruação de sua mãe. (Gn 18:11)
Assim, quando Deus disse a Abraão que Sara daria à luz um filho, ele se riu
dessa perspectiva, perguntando: “Nascerá um filho a um homem de cem anos de
idade, e dará à luz Sara, sim, uma mulher de noventa anos de idade?” (Gênesis
17:17) Ao saber o que ocorreria, Sara também riu. Daí, “no tempo designado” do
ano seguinte, nasceu o menino, provando que nada é ‘extraordinário demais para
Deus’. (Gênesis 18:9-15).
Isaque é o filho da
promessa, apesar das circunstâncias humanas, pois Sara era estéril e foi mãe
aos 90 anos de idade, e Abraão, pai aos 100 anos (Gênesis 17:17). Deus cumpriu
Sua Palavra com o nascimento de Isaque.
Filhos segundo a carne e filhos da promessa
Em Romanos capítulo 9 é
ilustrado claramente que há uma grande diferença entre os filhos da carne e os
filhos da promessa. "Isto é: Não
são os filhos segundo a carne que são os filhos de Deus, mas sim os filhos
segundo a promessa é que são contados como descendentes" (Romanos
9:8). Ambos têm, humanamente falando, os mesmos pais, entretanto, para Deus uns
são filhos e os outros não. E isto se refere aos três maiores patriarcas, quer
dizer, a Abraão, Isaque e Jacó, e aos filhos que eles tiveram.
Abraão teve dois filhos: um segundo a carne,
Ismael, e um segundo a promessa, Isaque. ("nem por ser descendentes de
Abraão, são todos filhos, mas sim: Em Isaque será chamada a tua
descendência", 9:7). Isaque teve dois filhos: um segundo a carne, Esaú, e
um segundo a promessa, Jacó ("como está escrito: amei a Jacó, mas a Esaú
aborreci", 9:13). Assim também, Jacó teve filhos segundo a carne e filhos
segundo a promessa ("nem todos os que descendem de Israel são
israelitas", 9:6).
Pertencendo à casa de Abraão, e sendo o herdeiro
das promessas, Isaque foi devidamente circuncidado, no oitavo dia. - Gênesis
17:9-14.
Isaque foi desmamado com cerca de 5 anos; quase
que foi oferecido como sacrifício, quando tinha talvez 20 a 25 anos; casou-se
aos 40; tornou-se pai de gêmeos aos 60 e morreu com 180 anos. - Gênesis 21:2-8;
22:2; 25:20, 26; 35:28.
Quando Deus promete
Aprendemos muito com o nascimento de Isaque e o
início da sua vida, precisamos crer e confiar plenamente em Deus, pois nenhuma
das suas Palavras hão de falhar, ainda que aos nossos olhos estejam demorando,
ou seja, impossíveis devidos às circunstâncias, entretanto, Deus certamente
cumprirá a sua Palavra, ele apenas mostra que não depende de nosso querer, mas
do seu poder!
Se Abraão tivesse um filho no vigor da sua
idade, poderia se gloriar, mas a maravilha está justamente no fato do seu filho
ter nascido sem nenhuma possibilidade humana!
O irmão mais velho
Quando Isaque chegou, já
encontrou Ismael, fruto de Abraão e Agar, a escrava egípcia. O filho de Sara
estava em aparente desvantagem. A primogenitura já tinha dono. De acordo com os
costumes da época, o primeiro filho tinha posição de honra na família. Quando
crescesse teria autoridade sobre os irmãos e herdaria a maior parte dos bens.
Isaque saberia de tudo isso, o que não lhe seria agradável. Talvez ele se
sentisse inferior e prejudicado. Teria nascido tarde demais? Muitos temores e
questionamentos podem ter surgido em sua mente. Entretanto, Isaque era o filho
da promessa, nascido no tempo de Deus. Sobre ele estavam os propósitos divinos
referentes à formação de Israel. A aliança do Senhor seria com Isaque
(Gn.17.21). As promessas, os bens e as honras seriam dele, mas a realidade
imediata parecia contrária. Ele precisou crescer e aprender muito, tomando
consciência de sua identidade e da palavra de Deus a seu respeito. Assim, seus
temores seriam dissipados.
Ismael zombava de Isaque
e isso desagradou Sara e ela resolveu que seu filho não dividiria a rica
herança de Abraão com o filho da escrava, então Sara pressionou Abraão para
mandar embora Agar e seu filho. Era uma decisão difícil para Abraão, afinal o
garoto era seu filho e aquelas palavras de Sara pareceram mal a ele, então
Abraão consultou ao Senhor sobre o assunto e Ele disse: “Não te pareça mal aos
teus olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz,
ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua descendência. Mas também do
filho desta serva farei uma nação, porquanto é tua descendência.” (Gênesis
21:12-13).
A responsabilidade dos pais.
Ter um filho é um
privilégio, uma dádiva divina, mas representa também uma responsabilidade
muito grande, pois cabe aos pais o dever de ensinar aos pequenos o caminho da
justiça, o caminho de Deus (Pv.22.6). Ismael foi influenciado pela mãe egípcia
(Gn.21.21). Isaque, porém, foi ensinado por Abraão. Antes de tudo, os pais
precisam ter experiência pessoal com Deus. Abraão e Sara tinham muitas. O
exemplo é a melhor forma de ensino. Isaque cresceu vendo Abraão edificar
altares, fazer sacrifícios e invocar o nome do Senhor. O testemunho vivo dos
pais é assistido pelos filhos, servindo-lhes como modelo.
ALTAR NO MONTE MORIÁ - O SACRIFÍCIO DE FÉ
Um dia, Deus mandou que
Isaque fosse sacrificado em uma das montanhas de Moriá (Gênesis 22). Aquela
ordem era muito estranha. Deduzimos que, no entendimento de Abraão, o
sacrifício humano poderia ser aceitável diante de Deus, como se fazia entre os
povos da época, embora o patriarca sempre oferecesse animais. Mas, por que Deus
pediria Isaque? Não poderia ser Ismael? Entretanto, Deus quer o melhor.
Abraão, que havia
recebido tantas bênçãos, também precisava estar disposto a dar ao Senhor o que
ele pedisse, renunciando a tudo em obediência. Abraão morava em Berseba. Por
quê o sacrifício não poderia ser feito ali mesmo? Precisava viajar tanto, três
dias, para realizá-lo? Abraão não fez tais perguntas.
Abraão acordou muito
cedo para dirigir-se ao lugar do sacrifício. Saiu de casa levando Isaque
consigo. É possível que o menino já estivesse acostumado a acompanhar o pai em
seus momentos de culto ao Senhor, mas aquele seria muito diferente. Tudo foi
ficando muito estranho, a começar pela viagem de três dias. Chegando ao monte,
Isaque subiu carregando a lenha que seria usada para o holocausto.
Imediatamente, o menino notou que algo estava faltando. Afinal, ele já sabia
muito bem quais eram os itens necessários para o sacrifício. Perguntou então:
"Eis o fogo e a lenha, mas onde
está o cordeiro para o holocausto"? (Gênesis 22.7). Abraão não tinha a
resposta específica. Ele não sabia dizer onde estava o animal, mas sua
afirmação foi perfeita: "Deus
proverá para si o cordeiro" (Gênesis 22.8). Contudo, o tempo foi
passando e o cordeiro não aparecia. Certamente, o menino foi ficando apreensivo,
enquanto ajudava o pai a edificar o altar. Em seguida, Abraão pega o filho e o
amarra com uma corda. Isaque deve ter ficado apavorado. A bíblia não nos
informa quais foram seus sentimentos, palavras e pensamentos, mas acho natural
que alguns questionamentos surgissem: Não haveria um cordeiro? O pai teria
mentido? Ele seria morto e queimado sobre o altar? Sua mãe não poderia
ajudá-lo. Será que ela também sabia? Nunca mais tornaria a vê-la? Isaque teria
sido traído pelas pessoas que ele mais amava? O pai estaria contra ele? Deus
também estaria contra ele? Deus o havia abandonado? Ninguém o amava de verdade?...
Quando Abraão ergueu o
cutelo, o anjo de Jeová deteve a sua mão. A fé demonstrada por Abraão não fora
depositada erroneamente; Deus forneceu um carneiro, que estava preso ali, numa
moita daquele monte, para que pudesse ser apresentado como oferta queimada em
lugar de Isaque. (Gênesis 22:9-14) Abraão, portanto, reconhecendo “que Deus era
capaz de levantá-lo até mesmo dentre os mortos”, deveras recebeu Isaque “em
sentido ilustrativo” de volta de entre os mortos. Deus havia dito que através
de Isaque ele teria muitos descendentes (Hebreus 11.17-19).
De todos os altares que edificou nenhum, porém,
foi mais importante do que o edificado sobre o monte Moriá.
Este episódio dramático provava a fé e a
obediência não só de Abraão, mas também de seu filho, Isaque. A tradição
judaica, registrada por Josefo, diz que Isaque tinha 25 anos naquela época.
Seja como for, ele tinha idade e força suficientes para carregar, montanha
acima, considerável quantidade de lenha. De modo que podia ter resistido a seu
pai, de 125 anos, quando chegou a hora para ser amarrado, caso tivesse
preferido rebelar-se contra os mandamentos de Deus. (Jewish Antiquities
[Antiguidades Judaicas], I, 227 [xiii, 2]).
Afinal, quem é o Deus de Isaque?
Experiência dramática
com o pai no Monte Moriá (Gênesis 22.7-10) – sempre se fala da obediência de
Abraão, mas Isaque também foi obediente. Já adolescente ou possivelmente jovem
adulto, ele ajudou nos preparativos para o sacrifício e permitiu que seu pai o
amarrasse e o colocasse sobre a lenha no altar. Nada indica que ele protestou
ou resistiu... e ele não tinha lido Gênesis 22 para saber o que aconteceria!
O casamento com Rebeca
Por meio do casamento de Isaque, a continuação
da linhagem da promessa seria mantida, por isso Abraão se preocupava em tomar
uma esposa da sua parentela para o seu filho.
A história do encontro entre Isaque e Rebeca e o
casamento deles está escrita em Gn 24.1-67.
Podemos resumir citando alguns detalhes desta
passagem riquíssima da seguinte forma: Assim como o mordomo separou a noiva para
Isaque e a enfeitou para o encontro, o Espírito Santo separa a Igreja e adorna
a noiva para o encontro com o seu noivo.
Rebeca aceitou ir com o
mordomo, embora nunca tivesse visto Isaque face a face, entretanto, não se
decepcionou, ao contrário, o encontro com o noivo foi melhor do que ela poderia
imaginar e ele a amou, diz a Palavra de Deus. Do mesmo modo, pela fé nós cremos
em Jesus, e, mesmo sem ter visto ao Senhor face a face, o amamos e confiamos no
seu infinito amor. Certamente ele virá ao nosso encontro e o Espírito nos
conduzirá a Cristo nos ares. Sem dúvida ele é muito mais maravilhoso do que
possamos imaginar! Nós o veremos e contemplaremos a sua glória!
Isaque, o patriarca das promessas cumpridas.
Isaque ocupa posição
central na aliança entre Deus e os patriarcas. Em Gênesis 12.1-3 Deus fala com
Abraão e promete fazer dele uma grande nação e bênção para todos os povos da
terra. Abraão obedece a Deus, deixa Ur, sua cidade natal, e segue de mudança para
a terra de Canaã. O tema da promessa de Deus e da obediência de Abraão continua
em Gênesis 17: Deus expande o assunto da aliança, acrescentando “a minha
aliança, eu a estabelecerei com Isaque, filho que Sara lhe dará no ano que vem,
por esta época” (17.21). O supremo ato de fé e obediência está no sacrifício de
Isaque relatado no capítulo 22. O resultado é a ratificação enfática das
promessas de Deus (22.15-18). A mensagem central é que a aliança inclui tanto a
promessa de Deus quanto a obediência do homem.
A descendência de Isaque
A exemplo de seu pai,
Isaque também tinha um problema: Sua esposa era estéril! Como poderia se
cumprir a promessa de Deus sem um filho? Além de Rebeca ser estéril, o tempo
estava passando...
No capítulo 25 de Gênesis, versículos 19-21,
vemos Isaque orando ao Senhor, pois sua esposa Rebeca era estéril. O casamento
de Isaque e Rebeca fazia parte do plano de Deus pois nele novamente se percebe
que as bênçãos do Senhor não dependem do esforço humano, mas sim do poder e da
graça do Senhor. O único meio de Rebeca engravidar seria com a intervenção de
Deus.
A gravidez de Rebeca foi um milagre, haja vista
ela ter permanecido estéril por vinte anos (compare Gn 25.20 com Gn 25.26).
Outra vez a Graça de Deus é ressaltada!
Vemos o mesmo milagre que ocorreu na vida de
Sara, agora se repetindo na vida de Rebeca, e, pela 2ª vez, uma estéril
engravida.
Isaque agora daria continuidade à linhagem do
seu pai e as promessas do Senhor permanecem vivas; dois filhos estavam no
ventre de Rebeca, entretanto somente um foi escolhido por Deus; e o mais velho
serviria ao mais novo (Gn 25.21-26). O mais novo seria Jacó, o terceiro e
último patriarca que daria origem as doze tribos de Israel.
Isaque mostra que Deus cumpre as promessas que faz.
Os quatro elementos da promessa feita a Abraão
(12.1-3) começam a cumprir-se em Isaque: 1) terra - ele permanece em Canaã após
a morte de seu pai aprofundando ali as raízes familiares em obediência a Deus;
2) descendentes – continua a linhagem através de Jacó, após o qual a
multiplicação de descendentes acelerou; 3) relacionamento especial com Deus -
foi temente a Deus e por ele grandemente abençoado; d) bênção às nações –
durante o tempo que Isaque morou em Gerar, já aparecem pequenos sinais de
bênção para as nações.
Enfim, embora não tão proeminente quanto seu pai
ou seu filho na narrativa de Gênesis, Isaque foi um elo fundamental no
desenvolvimento da nação de Israel e no cumprimento da aliança de Deus com
Abraão e seus descendentes. Sua história tem muito a nos ensinar.
Significado de Outras Referências Feitas a Isaque
Por toda a Bíblia,
Isaque é mencionado dezenas de vezes na conhecida expressão “Abraão, Isaque e
Jacó”. Às vezes, o ponto que se quer frisar relaciona-se com Jeová, como sendo
o Deus a quem estes patriarcas adoravam e serviam. (Êx 3:6, 16; 4:5; Mt 22:32;
At 3:13) Outras vezes, a referência é ao pacto que Deus fizera com eles. (Êx
2:24; De 29:13; 2Rs 13:23) Jesus também empregou esta expressão de modo
ilustrativo. (Mt 8:11) Em certo caso, Isaque, o antepassado patriarcal, é
mencionado num paralelismo hebraico, junto com seus descendentes, a nação de
Israel. — Amós 7:9, 16.
Pr. Dr.
Adaylton Conceição de Almeida (Th.B.;Th.M.Th.D.;D.Hu.)
(O Pr. Dr.
Adaylton de Almeida Conceição foi Missionário no Amazonas e por mais de 20 anos
exerceu seu ministério na Republica Argentina, é Bacharel, Mestre e Doutor em
Teologia, Escritor, Professor Universitário, Psicanalista e Pós Graduado em
Ciências Políticas e em Psicanálise, Doutor em Psicologia e em Humanidade,
Diretor da Faculdade Teológica Manancial e Professor do Seminário Teológico
Kerigma).
Facebook:
Adayl Manancial
Email: adayl.alm@hotmail.com
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema