Mateus 4.18.22 "18. E Jesus andando junto ao mar da Galiléia avistou dois irmãos, Simão chamado de Pedro e André o irmão dele, lançando a rede para dentro do mar, porque eram pescadores. 19. E falou para eles: venham atrás de mim e farei de vocês pescadores de homens. 20. Eles sem demora abandonaram as redes e o seguiram. 21. E adiante dali avistou outros dois irmãos, Tiago o de Zebedeu e o irmão dele, no barco com Zebedeu o pai deles concertando as redes deles, e os chamou. 22. Imediatamente abandonaram o barco e o pai deles e o seguiram.”
Lendo o texto de Mateus 4.18-22 observamos que autor do evangelho de Mateus apresenta Jesus e seu ministério como realizações proféticas. Numa ruptura de assunto, o autor normalmente esta querendo dar ênfase a algo que ele considera importante. Isto acontece nesta passagem, pois o autor mostra as profecias se cumprindo, começa a anunciar a pregação de Jesus, de repente para o assunto, discorre sobre chamado dos primeiros discípulos e volta a falar de Jesus e seu ministério.
No começo do seu ministério Jesus escolheu doze homens que o acompanhassem em suas viagens. Teriam esses homens uma importante responsabilidade: Continuariam a representá-lo depois de haver ele voltado para o céu. A reputação deles continuaria a influenciar a igreja muito depois de haverem morrido.
A palavra "discípulo" aparece centenas de vezes no Novo Testamento, onde é usada para descrever os seguidores de Jesus com muito mais freqüência do que "cristão" ou "crente". Um discípulo é uma "pessoa que segue os ensinamentos de um mestre" (Dicionário da Bíblia Almeida).
O inicio do chamado ao discipulado.
Teriam esses homens uma importante responsabilidade: Continuariam a representá-lo depois de haver ele voltado para o céu. A reputação deles continuaria a influenciar a igreja muito depois de haverem morrido. Por conseguinte, a seleção dos Doze foi de grande responsabilidade. “Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolo” (Lc 6.12-13). A maioria dos apóstolos era da região de Cafarnaum, desprezada pela sociedade judaica refinada por ser o centro de uma parte do estado judaico e conhecida, em realidade, como “Galiléia dos gentios”. O próprio Jesus disse: “Tu, Carfanaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno” (Mt 11.23). Não obstante, Jesus fez desses doze homens líderes vigorosos e porta-vozes capaz de transmitir com clareza a fé cristã. O sucesso que eles alcançaram dá testemunho do poder transformador do Senhorio de Jesus.
Nenhum dos escritores dos Evangelhos deixou-nos traços físicos dos doze.Dão-nos, contudo, minúsculas pistas que nos ajudam a fazer "conjeturas razoáveis" sobre como pareciam e atuavam. Um fato importante que tem sido tradicionalmente menosprezado em incontáveis representações artísticas dos apóstolos é sua juventude. Se levarmos em conta que a maioria chegou a viver até ao terceiro e quarto quartéis do século e que João adentrou o segundo século, então eles devem ter sido não mais do que jovens quando aceitaram o chamado de Jesus Cristo.
Apesar de Jesus ser Deus, não usou Sua divindade para selecionar Seus discípulos. Passou uma noite inteira em oração para que o Pai Lhe mostrasse quem deveria escolher. Jesus estava para dar início a um movimento que mudaria o mundo e, para isso, queria ter certeza de que escolheria as pessoas certas.
Como Jesus define o Discípulo
Três dos relatos do evangelho incluem as palavras desafiadoras do Cristo: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me" (Lucas 9:23; veja Mateus 16:24; Marcos 8:34). Encontramos aqui três elementos essenciais do verdadeiro discipulado, que apresentam desafios enormes: Negar a si mesmo. Enquanto o mundo e muitas religiões começam com o egoísmo do homem, Jesus exige a auto-negação. As igrejas dos homens convidam as pessoas a realizar seus sonhos de riqueza, felicidade sentimental e posições de honra, mas a mensagem do Senhor é outra. Ele pede que a pessoa negue os seus próprios desejos para fazer a vontade dele. Tomar a sua própria cruz. Jesus veio para oferecer a vida, mas o caminho para a vida passa pelo vale da morte. Não somente a morte do Cristo, mas a nossa também.
O PRINCIPIO DO DISCIPULADO
Em Mateus 28.19-20, está escrito: “Ide e fazei discípulos de todas as nações… ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho mandado”. Jesus quer na sua igreja, não apenas crentes, mas discípulos. O que é um discípulo? Um aprendiz, um aluno praticante. O crente acredita.
O discípulo crê e se compromete com o que foi ensinado.
Jesus não inventou este conceito. A relação mestre-discípulo é o mais antigo método de formação profissional (e espiritual). Durante muito tempo, foi a única maneira de se aprender um ofício. No contexto bíblico, podemos citar alguns exemplos: Josué era discípulo de Moisés; Eliseu, discípulo de Elias; Geasi, discípulo de Eliseu. No tempo de Elias, havia muitos discípulos dos profetas.
Na época de Jesus, esse tipo de relação era muito comum no âmbito religioso. João Batista e os fariseus também tinham seus seguidores (Mc 2.18).
O que é um discípulo?
A palavra “discípulos” se refere a um “aprendiz” ou “seguidor”. A palavra “apóstolo” se refere a “alguém que é enviado”. Enquanto Jesus estava na terra, os doze eram chamados discípulos. Os 12 discípulos seguiram a Jesus Cristo, aprenderam com Ele, e foram treinados por Ele. Após a ressurreição e a ascensão de Jesus, Ele enviou os discípulos ao mundo (Mateus 28:18-20) para que fossem Suas testemunhas. Eles então passaram a ser conhecidos como os doze apóstolos. No entanto, mesmo quando Jesus ainda estava na terra, os termos discípulos e apóstolos eram de certa forma usados alternadamente, enquanto Jesus os treinava e enviava para pregarem.
Quando decidiu escolher seus discípulos, Jesus não foi para a porta do templo chamar os doutores da lei. Eles já eram comprometidos demais. Cristo foi à praia e chamou alguns pescadores. Depois, convocou um publicano, Mateus, e um “guerrilheiro”, Simão Zelote. Os escolhidos poderiam não ser os mais indicados segundo a lógica humana, mas, pelo poder de Deus, poderiam ser transformados. Assim acontece hoje. Jesus escolhe pessoas simples e até os rejeitados pela sociedade.
O Mestre formou um grupo heterogêneo. Havia ali 12 pessoas diferentes entre si quanto ao temperamento, caráter, profissão etc. O relacionamento entre eles poderia ser difícil. É assim também na família e na igreja. Somos diferentes e é por isso que nos completamos.
Os escolhidos foram: Pedro, Tiago Maior, João, Filipe, André, Mateus, Judas Tadeu, Tiago Menor, Simão, Judas Iscariotes, Tomé e Bartolomeu.
Temas teológicos
O principal tema que a passagem do evangelho de Mateus quer mostrar é a importância de Jesus escolher discípulos para estarem com ele no inicio de seu ministério. Esta importância se reflete na formação de um grupo para poder realizar manifestações públicas. Noutra passagem mais a frente (Mt 18:20), Jesus vai dizer que onde estiver dois ou três reunidos em seu nome ali ele estará. O Apostolo Paulo falando sobre o ministério de falar em línguas desconhecidas (1Co 14:29), pede que um fale e dois ou três julguem. A passagem de Mateus e outras passagens mostram a importância de existir um grupo para realizar a obra de Deus.
No entanto outros temas podem ser tirados como a questão do chamado de Jesus para as pessoas se tornarem seus discípulos. Primeiro, porque pode se achar que discípulos são somente considerados aqueles que receberam esse chamado diretamente de Jesus Cristo enquanto estava presente aqui na terra. Logo,ninguém mais poderia se considerar um discípulo de Cristo autenticamente, fora os doze que ele escolheu. Porém observando o significado da palavra, deixa claro que qualquer que seguir os ensinamentos de Jesus, podem se considerar seus discípulos. Isso não quer dizer que os discípulos atuais tenham a mesma autoridade dos primeiros, apenas que são seguidores dos ensinamentos de Cristo. A discussão sobre esse tema se estende, mas de momento isto serve de reflexão ao chamado de Cristo para seus discípulos.
Considerando a escolha dos doze.
Quando consideramos a escolha dos doze, nos surge a pergunta: "Por que apenas doze se havia mais para ser escolhido - At. 1.21-22) Há alguma intencionalidade no numero "doze"?
Em resposta a estas perguntas estão as chaves para entender a importância do que Jesus estava fazendo.
Inicialmente há uma clara intenção de limitar seu numero. Por outro lado, não se pode negar que o numero doze tem profundas raízes na historia de Israel. O símbolo é óbvio para qualquer judeu. Sua origem está no numero dos filhos de Jacó dos que se derivam as doze tribos que constitui a totalidade de Israel. Em Mateus e Lucas a referencia a Israel é explicita quando Jesus promete aos Doze que se sentarão sobre (doze) tronos para julgar às doze tribos de Israel. (at. 19.28; Lc. 22.30).
O Grupo de Imaturos
Este grupo de pessoas com que Jesus lidou estava mui longe da perfeição, quando Jesus iniciou sua obra junto deles. Mesmo ao contemplar sua obra, ainda eram imperfeitos. Eram – caracteres ideais apenas em embrião. Eram santos apenas em estágio de fabricação.
Preenchiam muito bem um dos três requisitos que George A. Coe sugere para o ensino — a imaturidade. Assim tinham eles que caminhar muito e muito, com muita paciência, para se tornarem cristãos crescidos e maduros. Na longa estrada do aprendizado, experimentariam muitas decepções e desânimos. Somente alguém que tivesse uma alentadora visão do futuro, movido do infinito amor e paciência, e de persistente energia e perseverança, se aventuraria a tomar como alunos este grupo de pessoas e fazer deles o que o Mestre Jesus fez.
Não é preciso vasculhar muito o Novo Testamento para se ver quão imaturos e imperfeitos eram aqueles que Jesus tomou como discípulos. João, que depois se tornou o discípulo amado, não sabia controlar seu gênio, e falhou muito quando se encolerizou contra os descaridosos samaritanos, aos quais Jesus queria revelar seu amor e o amor de seus discípulos. Simão, a quem se daria o nome de Pedro (pedra), não demonstrou possuir aquela solidez e firmeza que tal nome sugeria, pois prometera a Jesus que estaria firme a seu lado ainda que os mais desertassem, e dentro de poucas horas não só negou a Jesus, jurando por três vezes que nem o conhecia, mas o negou com uma linguagem desusada e lamentável.
Tomé mostrou-se tão duro e obstinado em não acreditar na ressurreição de Jesus que tal atitude exigiu esforços especiais do Mestre no sentido de lhe provar satisfatoriamente esse glorioso acontecimento. Judas, após vários anos de companheirismo e aprendizado com o Mestre, não progrediu tanto a ponto de sentir-se preparado para resistir à tentação de traí-lo por trinta moedas de prata! Os discípulos de Jesus sofriam a enfermidade de desenvolvimento retardado, quando não de perversidade progressiva.
A tarefa do Mestre com seus discípulos.
Apanhar este pequeno grupo de indivíduos sem preparo e que quase nada prometiam, e formá-los em pessoas bem desenvolvidas e preparadas, que constituíam gloriosa inspiração para o mundo, foi um verdadeiro milagre da arte de ensinar e exercitar. Jesus jamais foi suplantado por qualquer outro mestre; foi e é suprema inspiração e encorajamento para os mestres cristãos de todas as épocas. Ninguém pode avaliar devidamente as possibilidades latentes num moço ou numa moça aparentemente inaproveitável, nem o que se possa fazer
Impulsivos ou Impetuosos
Os discípulos de Jesus não eram apenas imaturos. Pior que isso: haviam tido na vida um desenvolvimento errado e falho. Alguns deles eram mesmo gente governada só por impulsos.
Pedro era assim, e foi o campeão dos impetuosos. “Era homem impulsivo e precipitado, qual regato que desce célere e desabaladamente montanha abaixo, atirando-se de encontro às rochas da baixada. Reagia repentinamente. Falava e agia, para depois pensar.” Temos exemplo vivo disso, quando se lançou ao mar, em certa manhã bem fria, nadou até a praia para chegar perto de Jesus, quando poderia ter feito isso com seu barco (João 21:7).
As pessoas a quem Cristo ensinou viam-se muitas vezes desafiadas por inúmeras perplexidades e problemas, e assim procuravam a Cristo para que ele os resolvesse. Certo é que às vezes vinham a ele tangidos pela hipocrisia, pois queriam pegá-lo nalguma palavra.
Jesus de imediato reconhecia isso, e, no entanto, lhes dava atenção, levando-os a tirar por si mesmos a conclusão certa.
QUEM ERAM OS ESCOLHIDOS POR JESUS PARA O DISCIPULADO?
Os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, por sobrenome Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem
O perfil dos primeiros discípulos de Jesus.
1. SIMÃO PEDRO - Nasceu em Betsaida, mas residia em Cafarnaum, na Galiléia; Era pescador de profissão;Foi o primeiro líder da igreja cristã. Escreveu as epístolas que levam seu nome; Tinha pouco estudo, impulsivo, amoroso, tímido, explosivo; Morreu em Roma, crucificado de cabeça para baixo;
Segundo a Bíblia, seu nome original não era Pedro, mas Simão. Jesus Cristo mudou seu nome para Kepha, que em aramaico significa “pedra”, “rocha”, nome este que foi traduzido para o grego como Petros, através da palavra petra, que também significa “pedra” ou “rocha”, e posteriormente passou para o latim como Petrus, também através da palavra petra, de mesmo significado. A mudança de seu nome por Jesus Cristo, bem como seu significado, ganha importância quando Jesus diz: '“E eu te declaro: tu és Kepha e sobre esta kepha edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela.” As principais fontes de informação sobre sua vida são os quatro Evangelhos, onde aparece com destaque em todas as narrativas evangélicas, os Atos dos Apóstolos, as epístolas de Paulo e as duas epístolas do próprio apóstolo. Filho de Jonas e irmão do apóstolo André, seu nome original era Simão e na época de seu encontro com Cristo morava em Cafarnaum, com a família da mulher (Lc.4:38-39). Pescador, tal como os apóstolos Tiago e João, trabalhava com o irmão e o pai e foi apresentado a Jesus por seu irmão, em Betânia, onde tinha ido conhecer o Cristo, por indicação de João Batista.
2. ANDRÉ - Também era de Betsaida; Era sócio de seu irmão Pedro na indústria da pesca;
Foi um homem zeloso, sincero e dedicado em sua tarefa de apóstolo.
No dia seguinte àquele em que João Batista viu o Espírito Santo descer sobre Jesus, ele o apontou para dois de seus discípulos, e disse: “Eis o Cordeiro de Deus” (Jo 1.36). Movidos de curiosidade, os dois deixaram João e começaram a seguir a Jesus. Jesus notou a presença deles e perguntou-lhes o que buscavam. Responderam: “Rabi, onde assistes?” Jesus levou-os à casa onde ele se hospedava e passaram a noite com ele. Um desses homens chamava-se André (Jo 1.38-40). André foi logo à procura de seu irmão, Simão Pedro, a quem disse:
“Achamos o Messias…” (Jo 1.41). Por seu testemunho, ele ganhou Pedro para o Senhor.
André é tradução do grego Andreas, que significa “varonil”. Ele e Pedro eram donos de uma casa (Mc 1.29) Eram filhos de um homem chamado Jonas ou João, um próspero pescador. Ambos os jovens haviam seguido o pai no negócio da pesca.
3. TIAGO - Era de Betsaida, onde trabalhava com a pesca; Tinha personalidade forte e ambiciosa; Foi um dos mais íntimos discípulos de Jesus. Pregou na Judéia; Tornou-se o primeiro mártir entre os apóstolos, morrendo pela espada de Herodes Agripa I.
Filho de Zebedeu Depois que Jesus convocou a Simão Pedro e a seu irmão André, ele caminhou um pouco mais ao longo da praia da Galiléia e convidou a “Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes” (Mc 1.19). Tiago e seu irmão responderam imediatamente ao chamado de Cristo. Ele foi o primeiro dos doze a sofrer a morte de mártir. O rei Herodes Agripa I ordenou que ele fosse executado ao fio da espada (At 12.2). A tradição diz que isto ocorreu no ano 44 dC, quando ele seria ainda bem moço. Os Evangelhos nunca mencionam Tiago sozinho; sempre falam de “Tiago e João”.
Até no registro de sua morte, o livro de Atos refere-se a ele como “Tiago, irmão de João” (At 12.2) Eles começaram a seguir a Jesus no mesmo dia, e ambos estiveram presentes na Transfiguração (Mc 9.2-13). Jesus chamou a ambos de “filhos do trovão” (Mc 3.17). A perseguição que tirou a vida de Tiago infundiu novo fervor entre os cristãos (At 12.5-25).
4. JOÃO - Também era de Betsaida e trabalhava com seu irmão Pedro na pesca; A princípio era de espírito exaltado e indisciplinado; Fazia parte, também do rol dos discípulos mais chegados ao Mestre.
- Felizmente, temos considerável informação acerca do discípulo chamado João. Marcos diz-nos que ele era irmão de Tiago, filho de Zebedeu (Mc 1.19). Diz também que Tiago e João trabalhavam com “os empregados” de seu pai (Mc 1.20). Trabalhou pregando em Jerusalém.
Escreveu o evangelho e as epístolas que levam seu nome, e também o Apocalipse. Terminou seu ministério em Éfeso e Ásia Menor; Morreu de morte natural, provavelmente com 100 anos de idade, o único que não foi martirizado.
5. FILIPE - Nascido em Betsaida, provavelmente exercia a profissão de pescador; O Evangelho de João é o único a dar-nos qualquer informação pormenorizada acerca do discípulos chamado Filipe. Jesus encontrou-se com ele pela primeira vez em Betânia, do outro lado do Jordão (Jo 1.28). É interessante notar que Jesus chamou a Filipe individualmente enquanto chamou a maioria dos outros em pares. Filipe apresentou Natanael a Jesus (Jo 1.45-51), e Jesus também chamou a Natanael (ou Bartolomeu) para seguí-lo.
Ao se reunirem 5 mil pessoas para ouvir a Jesus, Filipe perguntou ao Seu Senhor como alimentariam a multidão. "Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço", disse ele (Jo 6.7).
6. BARTOLOMEU - Era de Caná da Galiléia, sua profissão é desconhecida. Falta-nos informação sobre a identidade do Apóstolo chamado Bartolomeu. Ele só é mencionado na lista dos apóstolos. Além do mais, enquanto os Evangelhos sinóticos concordam em que seu nome era Bartolomeu, João o dá como Natanael (Jo 1.45). Crêem alguns estudiosos que Bartolomeu era o sobrenome de Natanael.
A palavra aramaica bar significa "filho", por isso o nome Bartolomeu significa literalmente, "filho de Talmai". A Bíblia não identifica quem foi Talmai.
Supondo que Bartolomeu e Natanael sejam a mesma pessoa, o Evangelho de João nos proporciona várias informações acerca de sua personalidade. Jesus chamou Natanael de "israelita em quem não há dolo" (Jo 1.47). Diz a tradição que ele serviu como missionário na Índia e que foi crucificado de cabeça para baixo.
7. TOMÉ - Originário da Galiléia, onde era pescador por profissão; Foi uma pessoa determinada, mas no momento propício não creu na ressurreição de Jesus. O Evangelho de João dá-nos um quadro mais completo do discípulo chamado Tomé do que o que recebemos dos Sinóticos ou do livro de Atos. João diz-nos que ele também era chamado Dídimo (Jo 20.24). A palavra grega para "gêmeos" assim como a palavra hebraica t'hom significa "gêmeo". A Vulgata Latina empregava Dídimo como nome próprio.
Não sabemos quem pode ter sido Tomé, nem sabemos coisa alguma a respeito do passado de sua família ou de como ele foi convidado para unir-se ao Senhor. Sabemos, contudo, que ele juntou-se a seis outros discípulos que voltaram aos barcos de pesca depois que Jesus foi crucificado (Jo 21.2-3). Isso sugere que ele pode ter aprendido a profissão de pescador quando jovem.
8. MATEUS - Era de Cafarnaum, onde trabalhava como cobrador de impostos (publicano).
Podemos observar sua humildade quando seu nome aparece na lista dos Apóstolos após Tomé (Mt 10:3), em outras listas aparece antes de Tomé. O fato de ter abandonado a sua profissão que apesar de ser mui desprezada, também, demonstrava sua humildade. Recebeu poderes apostólicos de milagres e sinais. Esteve no cenáculo em Jerusalém (At 1:13 e 14) após a ascensão de Jesus ao céu. Escreveu o evangelho que leva o seu nome.
Nos tempos de Jesus, o governo romano coletava diversos impostos do povo palestino.
Pedágios pra transportar mercadorias por terra ou por mar eram recolhidos por coletores particulares, os quais pagavam uma taxa ao governo romano pelo direito de avaliar esses tributos. Os cobradores de impostos auferiam lucros cobrando um imposto mais alto do que a lei permitia. Os coletores licenciados muitas vezes contratavam oficiais de menor categoria, chamados de publicanos, para efetuar o verdadeiro trabalho de coletar.
Os judeus desprezavam os publicanos como agentes do odiado império romano e do rei títere judeu. Não era permitido aos publicanos prestar depoimento no tribunal, e não podiam pagar o dízimo de seu dinheiro ao templo. Um bom judeu não se associaria com publicanos (Mt 9.10-13).
Mas os judeus dividiam os cobradores de impostos em duas classes. a primeira era a dos gabbai, que lançavam impostos gerais sobre a agricultura e arrecadavam do povo impostos de recenseamento. O Segundo grupo compunha-se dos mokhsa era judeus, daí serem eles desprezados como traidores do seu próprio povo. Mateus pertencia a esta classe.
O Evangelho de Mateus diz-nos que Jesus se aproximou deste improvável discípulo quando ele esta sentado em sua coletoria. Jesus simplesmente ordenou a Mateus: "Segue-me!" Ele deixou o trabalho pra seguir o Mestre (Mt 9.9).
Evidentemente, Mateus era um homem rico, porque ele deu um banquete em sua própria casa. "E numerosos publicanos e outros estavam com eles à mesa" (Lc 5.29). O simples fato de Mateus possuir casa própria indica que era mias rido do que o publicano típico.
9. TIAGO, - Filho de Alfeu Os Evangelhos fazem apenas referências passageiras a Tiago, filho de Alfeu (Mt 10.3; Lc 6.15). Muitos estudiosos crêem que Tiago era irmão de Mateus, visto a Bíblia dizer que o pai de Mateus também se chamava Alfeu (Mc 2.14). Outros crêem que este Tiago se identificava como “Tiago, o Menor”, mas não temos prova alguma de que esses dois nomes se referiam ao mesmo homem (Mc 15.40).
10. JUDAS, o Tadeu - Nascido na Galiléia, Não o Iscariotes João refere-se a um dos discípulos como “Judas, não o Iscariotes” (Jo 14.22). Não é fácil determinar a identidade desse homem. O NT refere-se a diversos homens com o nome de Judas – Judas Iscariotes;
Judas, irmão de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3); Judas, o galileu (At 5.37) e Judas, não o Iscariotes. Evidentemente, João desejava evitar confusão quando se referia a esse homem, especialmente porque o outro discípulo chamado Judas não gozava de boa fama. Mateus e Marcos referem-se a esse homem como Tadeu (Mt 10.3; Mc 3.18). Lucas o menciona como “Judas, filho de Tiago” (Lc 6.16; At 1.13).
11. SIMÃO, o Zelote - Originário da Galiléia. Mateus refere-se a um discípulo chamado "Simão, o Cananeu", enquanto Lucas e o livro de Atos referem-se a "Simão, o Zelote". Esses nomes referem-se à mesma pessoa. Zelote é uma palavra grega que significa "zeloso"; "cananeu" é transliteração da palavra aramaica kanna'ah, que também significa "zeloso"; parece, pois, que este discípulo pertencia à seita judaica conhecida como zelotes. A Bíblia não indica quando Simão, foi convidado para unir-se aos apóstolos. Diz a tradição que Jesus o chamou ao mesmo tempo em que chamou André e Pedro, Tiago e João, Judas Iscariotes e Tadeu (Mt 4.18-22).
12. JUDAS ISCARIOTES - Nasceu na Judéia, provavelmente em Queriote-Hesrom. Todos os Evangelhos colocam Judas Iscariotes no fim da lista dos discípulos de Jesus. Sem dúvida alguma isso reflete a má fama de Judas como traidor de Jesus. A Palavra aramaica Iscariotes literalmente significa “homem de Queriote”. Queriote era uma cidade próxima a Hebrom (Js 15.25). Contudo,João diz-nos que Judas era filho de Simão (Jo 6.71). Se Judas era, de fato, natural desta cidade, dentre os discípulos, ele era o único procedente da Judéia. Os habitantes da Judéia desprezavam o povo da Galiléia como rudes colonizadores de fronteira.
Essa atitude pode ter alienado Judas Iscariotes dos demais discípulos. Os Evangelhos não nos dizem exatamente quando Jesus chamou Judas pra juntar-se ao grupo de seus seguidores. Talvez tenha sido nos primeiros dias, quando Jesus chamou tantos outros (Mt 4.18-22).
CONCLUSÃO
Na bíblia, não existia ninguém que fosse convertido e não fosse um discípulo. Todos os que criam em Jesus eram chamados de discípulos. Ser um discípulo significava ser salvo por Jesus, alguém que havia deixado tudo por ele.
"E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na
terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos." Mt 28:18-20
Esta foi a última palavra de Jesus aos seus discípulos. Até parece que este é o ponto mais alto do Novo Testamento. É como se o senhor estivesse todo o tempo preparando o terreno para dar esta palavra. Depois de fazer tudo o que o Pai lhe encomendara, finalmente o Senhor podia dar esta ordem: "...Fazei discípulos de todas as nações...".
Podemos negligenciar este mandamento? Ou podemos fazê-lo de qualquer jeito, ou da maneira que acharmos melhor? NÃO. Devemos Buscar com toda diligência e procurar entender bem. O Senhor ressuscitado nos deu uma ordem e devemos cumpri-la a risca.
Prof. Pr. Adaylton de Almeida Conceição – (Th.B.Th.M.Th.D.)
Facebook: Adayl Manancial
REFERENCIAS
Adaylton de Almeida Conceição - introducción al Discipulado - Ed. Manantial -Buenos Aires
AMARAL, Emília et al. Novas palavras: português, volume único. São Paulo: FTD,2003.
Anísio Renato de Andrade - Os discípulos de Cristo
BÍBLIA Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Vida, 2004.
BROWN, Lothar Coenen Colin.Dicionário internacional de teologia do novo testamento. São
Paulo: Vida Nova, 2000.
Felipe Aquino - Os doze Apóstolos
J. M. Price - A pedagogia de Jesus
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Point Rhema