Livro: Dificuldades Bíblicas - Mundo cristão |
A Bíblia possui mais de 780 erros, apontam os críticos. Em vez de erros, são passagens polêmicas, mas que possuem uma explicação, defendem os teólogos Norman Geisler e Thomas Howe, autores do livro "Manual de Dificuldades Bíblicas".
Eles acreditam ter uma resposta para a repetida pergunta:
"Quem, afinal de contas, foi a mãe de Enoque?".
Explica-se: no início apenas Adão, Eva, Abel e Caim povoavam a terra. Com a morte de Abel, ficaram Adão, Eva e Caim. Mas a Bíblia diz, no Gênesis, que Caim encontrou um mulher, com quem teve um filho chamado Enoque.
Os críticos perguntam:
"De onde saiu essa mulher, mãe de Enoque?"
Os autores imaginam que Caim acabou se casando com uma irmã ou sobrinha, e lembram Gênesis 5.4: "Adão teve filhos e filhas", em seus 930 anos de idade.
Nos dias de Caim inexistia um mandamento de Deus proibindo casamentos entre parentes próximos, advertem.
Muitas das explicações dadas pelos dois teólogos fazem sentido, mas há outras em que eles se apegam à fé, para afirmar que é impossível haver erros na Bíblia.
"É impossível Deus errar, e ponto final", dizem, mas para isso é preciso garantir - e apenas com base na fé - ser a Bíblia a palavra de Deus.
Em outras passagens, atribuem os considerados erros ao desconhecimento humano, ao fato de que "não dispomos ainda de informações" históricas ou científicas que comprovem o que está no Livro Sagrado.
É uma explicação que exige fé dos leitores.
O "Manual de Dificuldades Bíblicas", portanto, está longe de um livro capaz de convencer os incrédulos. No máximo, mostra ser a Bíblia uma obra incompleta, com omissões e lacunas que dificultam o seu entendimento.
Com 462 páginas, o livro, resultado de 40 anos de estudo, foi publicado no Brasil pela editora paulista Mundo Cristão e traduzido por Milton Azevedo Andrade, tem o propósito claro de evangelização, de fortalecer a vida espiritual dos cristãos, e de defesa da fé.
As Escrituras
A Bíblia é o livro mais vendido do mundo, com mais de 6 bilhões de cópias e, segundo a tradição, teve mais de 40 autores. Foi a Igreja Católica a responsável por definir quais de seus escritos formariam o Livro Sagrado.
Há diferenças entre o conteúdo reconhecido pelas diversas religiões. O Antigo Testamento, por exemplo, possui 39 livros na Bíblia adotada pelos cristãos protestantes e pelo Tanakh judaico; a Igreja Católica reconhece 46 e a Ortodoxa 51.
Nem todos os evangelhos encontrados fazem parte da Bíblia. Os que ficaram de fora são chamados de "gnósticos" ou "apócrifos", entre eles os evangelhos de Tomé, Maria Madalena e Filipe.
Eles foram retirados da Bíblia por mostrarem um Cristo diferente, sem as limitações humanas, o que tornaria a morte algo fácil em vez de um sacrifício pela salvação da humanidade.
Há 113 livros apócrifos - mais que os do Livro Sagrado -, sendo 52 relacionados ao Velho Testamento e 61 ao Novo.
Fonte: TB via Notícias Cristãs
Discordo quando o artigo diz que "foi a Igreja Católica a responsável por definir quais de seus escritos formariam o Livro Sagrado". A definição de quais livros fariam parte do cânon sagrado do Novo Testamento, foi feito nos primeiros séculos da era cristã. Até ano 397, isso já estava definido, apesar que antes do ano 200, já havia menção por pais da igreja com pratimente quase todos livros neotestamentários. A formação do que conhecemos como Igreja Católica levou séculos, e a mesma não teve Jesus, Pedro ou Paulo como seus fundadores, mas antes tem sua consolidação a partir da constantinização da igreja, pós ano 313.
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