Com luz baixa, som alto, piscina para batismo e carros de luxo no estacionamento, igreja Lagoinha atrai jovens e lota templo em Charitas.
Sabe
aquela imagem tradicional de uma igreja evangélica, onde as paredes são todas
brancas e o espaço bem iluminado?
Esqueça.
Fundada em julho de 2013, a
Lagoinha, em Charitas, foge dos padrões, investe na luz baixa, no som alto, no
jogo de iluminação e no estilo despojado. E dá certo. Em um ano e oito meses, a
igreja já conta com 5.700 fiéis. Só no culto do último domingo à noite, 89
jovens foram batizados, numa dinâmica que mais parece com a de grandes shows
internacionais — com piscina, mudança de piso do palco, fotos, vídeos e GoPro.
Três mil pessoas lotaram o espaço de dez mil metros quadrados, mesmo com o
temporal que atingiu a cidade.
Logo na
entrada, nota-se que o ambiente é diferente. Voluntários entregam balas com o
logotipo da igreja e, mais adiante, um grande painel se torna parada
obrigatória, especialmente para jovens, que não perdem a oportunidade de fazer
uma selfie, como é comum na entrada de boates. Moças usam e abusam de
maquiagens e saltos altos. Rapazes investem nas camisas polo e nos mais
variados estilos de corte de cabelo — alguns coloridos. O próprio pastor
Felippe Valadão, de 32 anos, foge do terno e gravata e aposta na calça
colorida, mas diz que não existe um foco em atrair mais os jovens:
— Temos aqui
fiéis de todas as faixas etárias, famílias inteiras. A ideia, na verdade, era
que o espaço fosse frequentado por pessoas que nem pensariam em entrar numa
igreja evangélica tradicional. Nada contra, pelo contrário, elas são
importantíssimas, mas queríamos mostrar que somos diferentes. A luz baixa é
para que as pessoas se concentrem mais durante o culto, para que não fiquem
olhando umas para as outras. Apenas isso. Mas a semelhança
com a fachada de boates é inevitável. Tanto que o atual baixista da banda da
Lagoinha, Gustavo Moura Ferreira, o Guto, conheceu a igreja por acaso, em
novembro de 2013. Ele estava passando de carro quando viu uma grande fila,
resolveu entrar e se surpreendeu.
— Na época, eu
era usuário de drogas. Estava indo a um morro comprar para usar. Quando vi a
fila, não pensei duas vezes. Como liam a Bíblia em smartphones, não parecia ser
a entrada de uma igreja. Achei realmente, pelo tamanho, que era uma boate.
Entrei, vi tudo lotado, e só quando o pastor começou a falar percebi o que
estava acontecendo. Tentei até sair, mas estava tão cheio que acabei ficando. A
partir dali me converti. Os R$ 50 que ia usar para comprar drogas doei para a
igreja — conta Guto, que no último dia 14 se casou com Alessandra, uma jovem
que já frequentava o templo.
A Lagoinha é
conduzida pelo pastor Felippe Valadão e pela mulher dele, Mariana. A igreja é
tradicional em Belo Horizonte e chegou a Niterói por acaso. Diante de uma crise
familiar, o casal decidiu voltar a morar na cidade. Aos poucos, os encontros de
oração dentro de casa foram lotando e houve a necessidade de buscar um espaço
para receber mais pessoas. A dupla, que não gosta de falar sobre dinheiro,
garante que a igreja sobrevive das doações que recebe e que todos que lá
trabalham — inclusive eles — são voluntários.
— Não gostamos
de tocar nessa questão do dinheiro, tanto que durante o culto eu falo bem
rápido sobre a contribuição. Acho que, por isso também, acabamos atraindo mais
as pessoas. Não é uma exploração. Temos aqui médicos, advogados, megaempresários
que se sentem mais à vontade frequentando a Lagoinha porque não forçamos nada
em relação a dinheiro — explica o pastor, informando que o aluguel mensal do
espaço gira em volta de R$ 100 mil.
FERRARIS NO
ESTACIONAMENTO
A frequência
de fiéis de maior poder aquisitivo pode ser notada já no estacionamento. Grande
parte das 260 vagas é ocupada por Ferraris, Hondas, Mitsubishis. Figuras
conhecidas como o goleiro Jefferson, da seleção e do Botafogo, e o funqueiro MC
Leozinho participam dos cultos sempre que podem. Muita gente do Rio, de bairros
como Barra da Tijuca, Flamengo e Olaria, comparece aos cinco cultos espalhados
na semana — o de sábado à noite é focado nos jovens.
O técnico de
segurança Bruno Miguez, morador de Olaria, vai sempre com o carro lotado de
amigos e familiares do Rio.
— A cada dia
que passa tenho ainda mais vontade de vir — diz ele: O clima de
paquera entre jovens, muitas vezes, é incentivado pelo próprio pastor, no culto.
— O mundo aí
fora está muito ruim, muita coisa triste acontecendo. Está solteiro? Venha aos
cultos, especialmente ao culto jovem. É aqui que você vai se arrumar. É melhor
que os casais se formem aqui dentro, casais de Deus. E nós gostamos de saber
quando eles começam a namorar, abençoamos. Já saíram muitos casamentos daqui.
Fonte: O GLOBO via Notícias Cristãs
Meu comentário:
Em que pese ser sabedor que muito das inovações que constam da matéria acima, são realizadas com o nome de "estratégia de evangelismo", me preocupa o fato de que, no meu entender, dificilmente essas pessoas deixarão o perfil adotado pelo mundo, em detrimento do comportamento moderado orientado pela bíblia sagrada em todos os sentidos.
Por outro lado, o que preocupa mais ainda, é o fato de muitos jovens que se converteram, ou mesmo tenham nascido em Igrejas evangélicas, rotuladas como tradicionais, comecem a cobrar de seus pastores, posturas semelhantes.
Impossível tal postura numa Igreja tradicional, onde congregam diferentes gerações de cristãos, (tanto do ponto de vista da idade, quanto do tempo de conversão) sem que haja escândalo, desconforto e constrangimento entre seus membros. (veja que a igreja da matéria tem apenas 2 anos de fundação)
E natural que servos de Deus, mesmo que pertencentes a matizes denominacionais diferentes, sempre entenderam que as extravagâncias não fazem parte do modo de ser do cristão, seja homem ou mulher, sempre nos levando para o centro da honestidade, do ponto de vista da sensualidade, bem como da moderação em todas as coisas.
“Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e
modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, mas
(como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus), com boas obras.”
E do ponto de vista geral do modo de viver, que haja inconformidade com os padrões mundanos:
“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento” (Romanos 12:2)
Enfim, que Deus tenha misericórdia de nós!
MARANATA, ora vem, Senhor Jesus!
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema