A placa com os dizeres "Essa cidade pertence ao senhor Jesus Cristo", colocada na entrada de Americana pelo ex-prefeito interino Paulo Sérgio Vieira Neves, o Paulo Chocolate (PSC), foi alvo de um segundo protesto anteontem. Um cartaz feito de papel cartão foi afixado abaixo da placa, ironizando o ato tomado por Chocolate. Instalada em dezembro, a mensagem já foi alvo de pichação e recebeu críticas desde o primeiro dia.
A "segunda placa" instalada abaixo da mensagem de Chocolate diz: "e Oxalá, Allah, Buda, Amaterasu, Shiva, Monstro de Espaguete Voador, Kamisama, Kim Jong-Un, Jah, Lúcifer, Odin, Zeus, Tupã, Hirohito, Júpiter, Rá, Rosana, Goku, Kratos, Castiel, Morgan Freeman, Chuck Norris, Inri Cristo, Joe Pesci e Eu".
Um rapaz de 29 anos, que pediu para não ser identificado, assumiu ter participado do protesto com outras pessoas. Ele disse que se trata de um protesto quanto ao uso da religião por um estado laico.
"Eu sou cristão, assim como pessoas que participaram do ato, mas a placa desrespeita a liberdade de crença. Se o estado é laico, não poderia ter uma mensagem religiosa", disse o rapaz.
No fim da tarde de ontem, o cartaz havia caído, e estava perto da estrutura de concreto que abriga a placa oficial. Em 24 de dezembro, o monumento religioso já havia sido pichado com a palavra "Satan" sobre a frase. O autor da ação não foi descoberto.
ESTADO LAICO
Quando a placa foi inaugurada, o TODODIA ouviu o professor de direito constitucional e público Cláudio Araújo Pinho, da Fundação Dom Cabral, do Rio de Janeiro, que disse que a medida pode ser questionada judicialmente, mas não se configura em crime.
Segundo Pinho, a manifestação religiosa do poder público gera questionamentos por não ser abrangente a todas as religiões, o que pode resultar até mesmo em um questionamento jurídico. O professor explicou que, no entanto, o gesto de Chocolate é comum e está atrelado à cultura brasileira.
"No plenário do Supremo, por exemplo, há um crucifixo católico. Há um fator cultural que influencia nessa questão, pela formação católica do País", disse. Ontem, a reportagem não conseguiu localizar Chocolate, que após o término de seu mandato interino, voltou a ser vereador.
POLÊMICAS
Durante o período de pouco mais de três meses em que ficou na prefeitura, Paulo Chocolate entrou em diversas polêmicas. Além greve de servidores por atrasos de salário, entrou em atrito com o então presidente da Câmara, Valdecir Duzzi (SD), por atraso no repasse obrigatório para o Legislativo. O ex-prefeito interino também inaugurou duas obras inacabadas: a revitalização da Avenida Nicolau João Abdalla e um centro veterinário (colocou placas com seu nome em ambas).
Depois que deixou a prefeitura, ainda foi criticado por servidores que o acusaram de receber repasses e não pagar os salários de dezembro, 13º e férias do funcionalismo.
No período de Chocolate também houve paralisação nos serviços de coleta de lixo. Em meio à série de confusões, Chocolate foi candidato a prefeito, mas terminou a disputa em último lugar.
Ele ocupou a prefeitura porque era o presidente da Câmara quando Diego De Nadai foi cassado do cargo, acusado de caixa dois na campanha de 2012.
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema