Pr. Douglas Babtista |
Síndrome do politicamente correto: ai dos que chamam o mal de bem
O profeta Isaías advertiu acerca do extremo perigo da inversão dos valores: "Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo” (Is 5.20). Em sua época a ordem social, o estado moral, ético e espiritual dos reis de Judá era lamentável. Os monarcas e também o povo não cumpriam às leis que o Senhor havia instituído. A lei estabelecia os princípios daquilo que era correto e o que era incorreto. A falta de submissão a estes princípios divinos causou a derrocada da nação.
Em nosso tempo o povo brasileiro vive sob pressão dos princípios do senso comum moderno. A liberdade de expressão e de pensamento tem sido cerceada pela autocensura do "politicamente correto”. A ideologia secularista impõe ao cidadão aquilo que deve ser considerado como ideal para a sociedade. Os valores cristãos, por exemplo, vem sendo modificados por intensa manipulação do pensamento. A opinião pública é forjada e manipulada por meio de ampla divulgação na mídia. As artes, a música e a cultura são subservientes da inversão dos valores. Quando alguém ousa se expressar de modo diferente ao que é propagado recebe a alcunha de reacionário e preconceituoso.
Os vários aspectos da cultura secularista são impostos como se fossem direitos fundamentais do cidadão. Deste modo o desenfreado incentivo da imoralidade e da luxúria é celebrado como libertação sexual. A legalização da prostituição e do aborto é apresentado como direito da mulher. A homossexualidade e o casamento entre pessoas de mesmo sexo são abordados como direito civil. Enquanto estas e outras idéias se alastram, a sociedade e a comunidade cristã rendem-se ao pensamento do "homem coletivo”. Pensar diferente é o mesmo que suicídio político, intelectual e profissional.
O patrulhamento ideológico intimida e faz calar quem tem opinião contrária. A arma comumente utilizada é a desqualificação de quem faz oposição. Quem crítica o apelo sexual exacerbado da mídia é estigmatizado como “falso moralista”. Quem se opõe a prostituição e ao aborto recebe a designação pejorativa de “fundamentalista”. Quem discorda da prática homossexual é taxado de "homofóbico”. Qualquer opinião contrária é considerada como ato de discriminação. Aquele que insiste em discordar é moralmente linchado pela mídia e pela manipulada opinião pública. Assim, sob forte intimidação o mal é aceito e tolerado.
Acuada, a sociedade e seus segmentos tornaram-se refém do “politicamente correto”. Nas últimas semanas, quando o Brasil sediou a copa do mundo, esta postura prevaleceu durante a realização do mundial. Era para ser a “copa das copas”. Esta expressão indicava sucesso no campo e fora do campo. Apontava para a façanha de organizar a copa e de ser "hexacampeão” dentro de casa. A vexatória derrota para Alemanha e também para a Holanda expôs a insensatez da euforia criada pela mídia. A paixão pelo futebol, a seleção e as cores do Brasil serviram de apelo para o patriotismo a fim de esconder e maquiar as mazelas do país.
Ao término do evento, que definitivamente não foi a "copa das copas”, algumas vozes esparsas ousaram romper o “silêncio” e exigiram a investigação da CBF e de seus cartolas, bem como a aplicação dos recursos na organização do mundial. Porém, uma parcela da mídia, comentaristas esportivos, autoridades constituídas, jogadores e comissão técnica adotaram o discurso do “politicamente correto”. Expressões como "era só um jogo”, "a vida continua” e "bola pra frente” são argumentos válidos, porém tendenciosos. Visam coagir a opinião pública e assim coibir qualquer tipo de investigação. Deste modo a corrupção e os desmandos no futebol tendem a se perpetuar.
Este é o retrato daquilo que acontece em outras áreas vitais da sociedade, tais como, educação, saúde e segurança. É preciso coragem para dar um basta à corrupção generalizada. Não se pode fechar os olhos para o mal da inversão dos valores. A sociedade não pode se deixar intimidar pelo patrulhamento ideológico. Enquanto o mal não for combatido nenhuma mudança significativa irá acontecer. Nas eleições de outubro, políticos corruptos não podem ser reeleitos sob a égide do "rouba, mas faz", é preciso renovar para mudar. O filósofo Edmund Burke (1729/1797) pronunciou a célebre frase: "para o triunfo do mal só é preciso que os homens bons façam nada". E nas palavras do Apóstolo Tiago: "aquele, pois, que sabe fazer o bem, e não o faz, comete pecado" (Tg 4.17).
Pense Nisso!
Douglas Baptista - É pastor, líder da Assembleia de Deus de Missão do Distrito Federal, doutor em Teologia Sistemática, mestre em Teologia do Novo Testamento, pós-graduado em Docência do Ensino Superior e Bibliologia, é licenciado em Educação Religiosa e Filosofia; presidente da Sociedade Brasileira de Teologia Cristã Evangélica, do Conselho de Educação e Cultura da CGADB e da Ordem dos Capelães Evangélicos do Brasil; e segundo-vice-presidente da Convenção dos Ministros Evangélicos das ADs de Brasília e Goiás, além de diretor geral do Instituto Brasileiro de Teologia e Ciências Humanas.
FONTE: CPADNews
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema