domingo, 27 de outubro de 2013

O que é muito pior que Galinha Pintadinha? - Por Ciro Sanches Zibordi




Recentemente, uma pessoa me procurou para falar dos "perigos" da Galinha Pintadinha. Ela me disse que havia várias mensagens subliminares nos aparentemente inofensivos desenhos animados. Perguntei-lhe: Em qual desenho não existe alguma forma de mensagem subliminar? Se analisarmos cada desenho animado, encontraremos algum tipo de influência. Lembra-se do Popeye, cujo objetivo era aumentar a venda de espinafre?


Mas a pessoa me questionou quanto à origem do aludido desenho, dizendo que ele tem ligação com o culto a deuses estranhos e que o simples fato de assisti-lo traz maldição para o lar cristão. Pensei um pouco e lhe perguntei: "Você conhece a origem, o étimo, da palavra 'lar'? E ela me respondeu: "Não". Então, lhe disse: "Os romanos cultuavam muitas divindades e acreditavam que as famílias eram protegidas por vários deuses, conhecidos como 'lares'. E daí derivou a nossa palavra 'lar'" (cf. BULFINCH, Thomas, O Livro de Ouro da Mitologia, Ediouro, p. 21).

A despeito da origem ligada aos deuses romanos, empregamos naturalmente o termo "lar" e até usamo-lo em conexão com "cristão", não é mesmo? Diante do exposto, quanto à polêmica em torno da "perigosa" Galinha Pintadinha, penso que os pais cristãos devem ser mais zelosos — ensinando os filhos no caminho em que devem andar (Provérbios 22.6; Deuteronômio 6.6,7) —, e menos paranóicos.

Quer saber o que é muito pior que Galinha Pintadinha? Funk ostentação mirim, com direito às mesmas letras provocativas e eróticas e à simulação de promiscuidade do funk ostentação adulto. Pregadores mirins que imitam pregadores malabaristas adultos, empregando chavões, berrando ao microfone e fazendo exigências. Cantores gospel mirins que se comportam como celebridades. Shows de auditório infantis em que meninas dançam de modo para lá de sensual. Infantes transgêneros...

O que mais falta? Parada Gay mirim? UFC para crianças, com direito a banho de sangue? Festa "rave" infantil? Show das poderosinhas? Será que sou moralista ao extremo em razão de me opor à adultização precoce e desejar que as crianças vivam como crianças, em seu universo de fantasia? De que valem discursos contra a pedofilia e a exploração infantil ante a tolerância da sociedade, da grande mídia e até das igrejas cristãs ao desrespeito à inocência e à singeleza dos infantes?

Aliás, falando em inocência infantil, prefiro mil vezes ver uma criança filha de pais evangélicos assistindo aos DVDs da "perigosa" Galinha Pintadinha a vê-la cantando e dançando à frente da TV o funk evangélico (evangélico?) da dança do pinguim ou outros similares. Crianças precisam brincar, aproveitando bem a linda e curta fase da infância, em vez de serem submetidas à insana e agressiva adultização precoce.

Ciro Sanches Zibordi

Fonte: Blog do Ciro - Leia muito mais artigos nesse excelente blog.

2 comentários:

  1. Caro pastor Carlos Roberto,

    A paz do Senhor.

    Agradeço-lhe pelo compartilhamento. Fico imensamente feliz quando nosso singelo trabalho literário é propagado por editores de blog que têm prestígio, para a glória do Senhor.

    Um grande abraço.

    Ciro Sanches Zibordi

    ResponderExcluir
  2. Jeferson Martiniano, Pr.27 de outubro de 2013 às 23:09

    Fantástico!! Concordo plenamente.

    ResponderExcluir

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