Este artigo de minha autoria foi publicado originalmente no Jornal Mensageiro da Paz - CPAD - Edição Fevereiro/2013
QUAL A RELAÇÃO IGREJA E CARNAVAL?
O CARNAVAL, festa celebrada todos os anos por inúmeras
pessoas ao redor do mundo, tem mormente no Brasil total apogeu da sociedade,
inclusive do poder público. Considerando a chegada da pós modernidade, o
crescimento da Igreja, bem como as próprias implicações do final dos tempos,
surgem novas denominações evangélicas defendendo a participação de grupos
religiosos como forma de evangelização. Algumas igrejas, inclusive, já montam
seus blocos carnavalescos, e através dessa atitude se auto promovem como
Igrejas inclusivas que estão abertas a tudo e a todos, como prova de sua
demonstração de amor para com o próximo.
Creio que existe uma linha muito tênue a ser observada
nessas atitudes, no sentido de que a Igreja do Senhor não ultrapasse os limites
de atuação colocados pelo próprio Deus em sua santa Palavra. O apóstolo Paulo
foi claro e até mesmo enfático quando disse: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas
me convém. Todas as coisas me são lícitas, mas não me deixarei levar por
nenhuma delas.”
Carnaval e Igreja, na própria concepção dos termos não se
coadunam, senão vejamos:
A Igreja é a Eclésia de Deus, separada do mundo, chamada
para a santidade, constituída por um povo especial, zeloso e de boas obras –
Tito 2: 14. O próprio Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor, fundados da Igreja,
nos deu a sublime e nobre missão de atuarmos com “sal da terra e luz do mundo”.
Fomos chamados para fora do mundo com intuito de fazermos a diferença. Até
mesmo nossa maneira de protestar contra as mazelas do mundo deve ser de maneira
profética.
Por outro lado, já o carnaval, é cultural e tradicionalmente
classificado como uma festa da carne, originada na idolatria a uma diversidade
de deuses. No Brasil, a sociedade tem procurado atenuar essa realidade,
classificando-a como uma espécie de folclore e manifestação popular, mas essa
atitude não tem sido suficiente para descaracterizar e suprimir as estatísticas
que contabilizam os homicídios, suicídios, prostituição, gravidez indesejada,
pessoas que se tornam viciadas no alcoolismo, dependentes químicos através das drogas
e todo tipo de imoralidade, a partir do carnaval.
Seria
essa uma festa apropriada para uma associação com a Igreja de Jesus Cristo? É empírico
que não.
A Bíblia diz: “Não vos prendais a um jugo
desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E
que comunhão tem a luz com as trevas?” 2 Coríntios 6:14. Não é possível combatermos as obras das trevas com as mesmas
ferramentas maléficas, ou combatermos o pecado com o próprio pecado. Isso é impossível.
A Bíblia Sagrada condena tal prática e nos orienta a nos
abstermos e nos mantermos afastados dela:
“E não comuniqueis com as obras infrutuosas das
trevas, mas antes condenai-as.” Efésios 5:11.
A Igreja deve se afastar, condenar e combater tal prática. No mesmo capítulo da
última citação das Escrituras, somos exortados a aprovarmos tão somente o que é
agradável ao Senhor, e também não sermos companheiros daqueles que praticam o
que desagrada a Deus.
A proliferação de novas denominações e
ministérios evangélicos, é um dos principais motivos e também motivações que
levam a tais atitudes. Esses ministérios, em sua tentativa de atraírem público
para si a qualquer custo, se esmeram na criatividade e no empreendimento de um
ativismo religioso desenfreado e, nessa ganância por espaço eclesiástico, findam por ultrapassarem todo e qualquer
limite daquilo que entendemos ser ético para o povo de Deus.
Dentro dessa linha de raciocínio, teria
a Igreja que infiltrar “prostitutas evangélicas” nos prostíbulos, “bandidos
evangélicos” nas quadrilhas de malfeitores, no afã de ganharmos para Jesus os
que lá estão? Seria isso ético? Como o próprio mundo veria isso?
Em mais de dois mil anos de Igreja
cristã, jamais a eleita de Cristo esteve associada a essas práticas. Não
precisamos depreciar, nem mesmo degenerar nossa imagem diante do mundo para
alcançarmos os perdidos. Não precisamos nos render ao pecado para atrairmos o
pecador, afinal, a graça de Jesus Cristo e o Espírito Santo são os responsáveis
por fazer com que a Igreja caia na graça de todo o povo, e por esse motivo se
agreguem à Igreja todos aqueles que hão de se salvar. Assim foi na igreja
primitiva, assim ainda é nos dias de hoje.
É preciso todo cuidado com as falácias
dos falsos profetas e doutores que querem reinventar o evangelho, ancorados na
tese da modernidade. Tanto o apóstolo Pedro, assim como também Judas, nos
alertaram contra os tais em suas epístolas. Eles dizem o que convém, no afã de
agradarem seus ouvintes, mas na prática não defendem o evangelho de Cisto, mas
o seu próprio ventre e interesse.
É necessário combate intensivo por
parte dos líderes da Igreja, senão a prática vai se disseminando e quando nos
apercebermos será difícil o combate apologético das heresias modernas.
Infelizmente, a avalanche de informações favoráveis é tão forte, que chega a acuar
e amedrontar obreiros verdadeiros. Isso não pode acontecer, a igreja precisa
cumprir sua missão profética em tempos trabalhosos. Por esse motivo, o apóstolo
Paulo recomendou a Tito, que estabelecesse presbíteros, somente aqueles que “tivessem poder em
suas palavras para combater os contradizentes”, justamente porque a
Igreja não pode falhar em sua missão de pregar o evangelho, fazer discípulos e
ensinar. É necessário autoridade espiritual.
A Igreja do Senhor não pode ficar “em
cima do muro”. Quem assim age, torna-se cúmplice e pratica a omissão. Alguns
cristãos não participam diretamente do carnaval, mas de maneira indireta quando
passam horas à frente de um aparelho de televisão alimentando sua mente com
imagens que desagradam a Deus, o que além de ser pecado, contribui com os
índices de audiência de tais transmissões, o que por fim gera recursos
financeiros para seus patrocinadores.
Os líderes devem ensinar seus
liderados, os pais devem reunir seus familiares e instruí-los através da
Palavra, afinal de contas a Igreja deve se posicionar e difundir esse
posicionamento. A moderna atitude de um
“evangelho light” tem sido nefasta pra os fundamentos da Igreja, e por esse
motivo, atitudes pecaminosas tem adentrado silenciosamente em nosso meio.
A ideia de que a Igreja deve se aproveitar todas as oportunidades
para pregar o evangelho, nesse caso não subsiste, uma vez que a eleita do
Senhor tem todos os dias do ano para difundir as verdades do Reino, seja pelo
testemunho pessoal, da literatura, da mídia e das mensagens nos cultos de
evangelização, sem contrariar o princípios do Mestre.
O Evangelho está à disposição de todos, sempre, pelo que a
festa carnavalesca não deve ser usada como álibi para essa mistura.
A Igreja está de um lado e o mundo do outro, e o carnaval é
do mundo que jaz no maligno, portanto, a Igreja cuida das coisas do Espírito e
o carnaval das coisas da carne, e estes se opõe um a outro.
Pr.
Carlos Roberto Silva
Vice Líder da AD
Cubatão/SP
Vice Presidente
Executivo da COMADESPE
Secretário do
Conselho de Doutrina da CGADB
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ResponderExcluirCaro pr. Carlos Roberto,
ResponderExcluirA paz!
Sempre senti nojo por esta "ofensiva“ "evangelística" de criatividade desnecessária e de pura emoção da carne.
Se eliminarmos os poucos dias de carnaval do ano e aproveitassemos os DEMAIS para evangelizarmos com as nossas vidas, certamente, obteríamos melhor resultado sem expor a vida de muitos néscios a esta proposta.
Faltam critérios exatos para este "carnaval dos crentes" com o "belíssimo intuito de evangelização.
O Senhor seja contigo,
Maranata!
O menor.
Amado Pr. Carlos Roberto, a Paz do Senhor.
ResponderExcluirInfelizmente muitos "evangélicos" precisam urgentemente ler este seu artigo. Não são poucos, os que enveredaram por esse caminho de aproximarem-se do pecado, em nome de uma suposta "evangelização" Penso que isso é armar a tenda perto de sodoma, e confundir o Jardim de Deus com as campinas,conforme a mensagem do Pr. Renato Vargens em Campina Grande, lembra? Sei que a igreja tem que rever alternativas de alcançar grupos específicos, mas um pastor que forma um bloco de carnaval, com os membros da sua igreja, é no minimo expor as ovelhas ao perigo, para não dizer ao ridículo.
Um forte abraço
Pastor Edinaldo Domingos
AD em Coronel João Pessoa - RN
Paz, Pr. Carlos.
ResponderExcluirA ignorância e a cegueira são tanta, que eles nem se deram conta de que a fusão PERC+UNÇÃO soa mais para: "PERCO A UNÇÃO" OU "PERCA A UNÇÃO"...
Pois é exatamente o que acontece com quem se dispõe a sair nestes bocos...
Muita CARNE, "POUCUNÇÃO"...
Só JESUS!
Abraço!