GLOBO E RECORD - Como fica o povo evangélico nessa fogueira?

Quanto ao assunto do momento, que põe em evidência os ataques e contra-ataques dos grupos de comunicação brasileiros GLOBO e RECORD, manifesto aqui minha pessoal impressão acerca do assunto.

A Igreja Universal do Reino de Deus – IURD, em primeira instância, nada teria a ver com essa questão, uma vez que está sendo usada como a fatia do sanduíche, ou seja, aquela que leva o maior peso da mordida, pelo simples fato de seu líder maior, o Bispo Edir Macedo ser o proprietário da Rede Record de Televisão, pelo menos assim o digo, a partir do que é veiculado às claras pela mídia, sem que haja qualquer contestação. O problema é que de acordo com a investigação do Ministério Público, Macedo adquiriu a Rede Record com recursos procedentes da IURD, e aí a coisa pega.

Está claro e evidente que, há uma guerra pela liderança absoluta da audiência na TV nacional, algo de posse da Rede Globo de Televisão há muitas décadas, monopólio esse, hoje já ameaçado pela Rede Record, uma vez que, a mesma continuando a crescer do jeito que está, certamente em breve alcançará esse objetivo. Em suma, uma rede defende a posse e a outra luta com “unhas e dentes por ela”.

Além de não defender o “modus operandis” da IURD, enquanto “Igreja”, principalmente pela sua determinação quanto a Teologia da Prosperidade, com a qual discordo completamente, e registro que não sou contra a prosperidade do ser humano em todos os aspectos, mas discordo sim com uma teologia específica, antropológica, centrada no homem e não em Cristo, ainda me resta a discordância, não sobre a aquisição da Record, mas pela maneira como administram, o que a desassocia completamente do Reino de Deus, bem como dos fins anunciados para os quais foi adquirida com dízimos e ofertas.

Quanto o fato de a emissora ser de propriedade do Bispo Edir Macedo, fica uma dúvida, apenas está em seu nome porque legalmente nossa legislação proíbe que instituições religiosas tenham concessões de comunicação registradas em sua personalidade jurídica, ou trata-se mesmo de uma manobra indecente?

Cabe a IURD responder.

Talvez a melhor saída à época da aquisição da Record por parte da IURD, fosse a criação de uma instituição a exemplo da Rede Vida ou Canção Nova, cujos diretores até fossem informalmente indicados pela própria Igreja. Creio que seria mais ético e também uma maneira de não se transformar o assunto numa espécie de "vidraça" ou seus líderes em “saco de pancada”, como queiram.

Para a Rede Globo isso é o mel na chupeta.

Quanto ao fato do investimento da Igreja em comunicação, nada de errado, desde que o fim seja exatamente a pregação do evangelho, porém, jamais uma guerra de audiência.

Ora, para que a Record conquiste o que já está a caminho de conquistar, ou seja a liderança na audiência, teve que negociar os meios, abrindo mão daquilo que deveria ser seu principal objetivo: PREGAR O EVANGELHO NESSA EMISSORA.

Talvez o leitor imagine que estou defendendo a Rede Globo, jamais, pois essa emissora sempre foi contra o povo de Deus em todos os sentidos. Nunca nos abriu a porta, muito pelo contrário, usou de todas as suas malignas ferramentas para nos atingir, sendo para tanto irônica e maldosa, ridicularizando os crentes da melhor maneira que pode, durante todos esses anos. Até mesmo quando elogiou o trabalho social dos evangélicos tradicionais e pentecostais clássicos, a meu ver, tinha a idéia prévia de dividir os evangélicos, antevendo assim sua guerra com a Rede Record.

Se a IURD, mantenedora da Record, por conta de suas posturas teológicas e eclesiásticas não é vista como evangélica, não é assim que o mundo pensa. Para eles, somos todos “farinha do mesmo saco”, mesmo não sendo. A Rede Globo, intencionalmente, somente tentou fazer essa separação, interessada na fatia de sua audiência já em decadência.

Quanto a grade de programação, se a Globo é maléfica, a Record na mão da IURD teria que fazer a diferença, teria que semear sal e luz - (Mateus 5: 13-14), mas pelo contrário, utiliza-se das mesmas armas satânicas para combater o inimigo.

Acerta a Globo, quando cobra transparência da Record, quanto a maneira utilizada para fazer as coisas utilizando-se da IURD, mas também acerta a Record, quando traz à tona todas a manobras na Globo, que se utiliza do seu poder de comunicação para por o governo na parede, e não apenas do governo que aí está, mas todos os governantes de plantão desde o tempo dos militares, no afã de ganhar todas as possíveis benesses que a lei permite para benefício próprio e manutenção do seu monopólio. Se a Record se utiliza dos cofres da IURD para cumprir seus objetivos, com o que discordo do “modus operandis”, fica claro que a Globo, com a aquiescência do governo, se utiliza daquilo que pertence à toda a nação brasileira. Em primeira instância, me parece que os iurdianos não estão nem aí para o fato, já não tenho a mesma certeza, sobre o que achará toda a nação brasileira, se a Record continuar colocando a “farinha no ventilador”.

Em termo de prática de erros, se globais e recordianos, ou vice-versa, levassem uns aos outros até Jesus para ver o que Ele diria, creio que surgiria um novo artigo escrito na areia da praia:

"Quem estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar a pedra." João 8: 7

Como podemos verificar, não dá para entrar nessa briga. Estamos apanhando sim, mas por tabela, muito mais por mera semelhança do que por autenticidade, mas finalmente, todos verão quem é quem nessa história. É uma questão de paciência!

Infelizmente, não há como defendermos a Rede Record, muito menos entrar na onda da Rede Globo, a qual pode estar tentando nos usar como “sarrafo” para bater em gente que está lá na IURD, inocentemente, e sem ter qualquer culpa com os erros dos seus líderes, lembrando que, creio sinceramente que, ao se aplicarem à Palavra de Deus, descobrirão naturalmente o que não está correto.

Quanto aos erros legais que aí se denunciam, do ponto de vista humano, infelizmente vai acontecer como no passado, não vai dar em nada, simplesmente como diz o ditado popular, tudo “vai acabar em pizza”.

A Rede Globo ainda tem a predominância da audiência, mas está em decadência, portanto dependendo do governo. O governo precisa da audiência da Rede Record que já é a segunda absoluta, mas pode ainda somar a isso, “possíveis” votos da IURD. O que a Rede Record precisa, é alguém “de peso” que seja conciliador o suficiente, para que ela não continue jogando mais lenha em uma fogueira que já está por demais acesa.

Imaginemos se em véspera de eleição, não vai aparecer algum governante de plantão para pelo menos tentar “ajeitar as coisas”? Afinal de contas, o verdadeiro patrão nessa história, é o poder concedente dessas concessões de comunicação, e quem também deve fiscalizá-las.

Para terminar quero registrar ainda que, jamais poderemos nos esquecer que Deus é soberano e está no controle de todas as coisas, e, quando decide agir pedagogicamente, usa até caldeu para bater em judeu (já fez isso - Habacuque 1: 6), o profeta Habacuque que o diga! Imaginem se não pode muito bem permitir Marinho bater em Macedo ou Macedo bater em Marinho?

Por enquanto, e aqui mesmo, essa gente, evangélica ou não, vai ter que aprender alguma coisa, é a lei da semeadura, depois disso segue-se o juízo, aí será com Deus!

Como Igreja, temos mais é que orar e clamar ao Senhor, pois quanto a eles não há o que se falar, pois todos estão no erro.

Em suma, não nos metamos nessa briga!

Continuemos a pregar o evangelho genuíno de Jesus Cristo!

Que Deus tenha misericórdia de nós!

Na Bíblia Sagrada, o Apóstolo Paulo falando à Igreja de Corinto diz:

"Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia." I Coríntios 10: 12

Esta a minha modesta opinião!

Soli Deo Glória!

Pr. Carlos Roberto Silva